ASSINE
search button

Banco Central sobe taxa de juros para 10%

Após 20 meses, Selic retornou ao patamar de dois dígitos.

Compartilhar

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu elevar nesta quarta-feira a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual, para 10% ao ano, na sexta alta consecutiva. A decisão da última reunião do ano segue o movimento iniciado em abril, quando a taxa subiu pela primeira vez desde julho de 2011.

Em 2013, a Selic foi elevada em 0,25 ponto percentual, em abril, e em 0,5 ponto percentual em maio, julho, agosto e outubro. No próximo ano, a expectativa das instituições financeiras é que a Selic continue a subir. A projeção para o final de 2014 passou de 10,25% para 10,50% ao ano, de acordo com pesquisa do BC entre analistas de mercado.

A decisão do comitê em elevar a Selic mostra que a autoridade monetária está priorizando o combate à inflação. Na segunda-feira, as instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central afirmaram que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o medidor da inflação social, deve fechar o ano em 5,82% - a meta de inflação é de 4,5% ao ano, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Em novembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) acelerou a alta a 0,57%, acumulando em 12 meses 5,78%. As projeções para a Selic no Top 5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções nesse período, não sofreram alterações, mas mostram um aperto ainda maior em 2014. Pela mediana, foi mantida a perspectiva de que o juro básico encerrará 2013 a 10% e 2014 a 11%.

Fiesp: Selic em 10% é equivocada

Para a Fiesp e o Ciesp, trata-se de um aumento equivocado, pois em 2013, enquanto os países emergentes devem registrar, em média, um crescimento de 4,5%, o Brasil registrará um crescimento próximo de 2,5%.“Isso é muito menos do que precisamos”, diz Paulo Skaf, presidente das entidades.

“Essa política econômica já não funciona mais. Se queremos resultados diferentes, precisamos fazer diferente. O Brasil precisa de um novo foco na política econômica: maior controle dos gastos, mais investimento público, mais concessões e menores taxas de juros. Só assim voltaremos a ter o crescimento que a sociedade demanda e merece”, completa ele.