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Mesmo com 12ª Rodada da ANP, preço de gás vai demorar a descer

Segundo especialista, sem concorrência licitações não terão o mesmo sucesso

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O diretor de Gás & Energia da Petrobras, José Alcides Santoro, acredita que a 12ª Rodada de Licitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP) será uma grande oportunidade para o Brasil, já que é a primeira vez que o foco é apenas em gás convencional e não convencional.  Em congresso organizado pela Coppe/UFRJ, o diretor disse que a disputa, que acontece nos dias 28 e 29 de novembro, traria a redução dos preços do insumo no país, já que, atualmente, 50% de todo gás consumido no Brasil é importado. No entanto, é preciso ter paciência: se tudo der certo, o gás descoberto só poderá ser comercializado a partir de 2020.

O coordenador técnico do Projeto Mais Gás Brasil, Ricardo Pinto, acredita ainda ser cedo para comemorações. Mesmo após 2020, o sucesso da empreitada não é certo. Para os preços diminuírem, a concorrência deve aumentar. “Acreditamos que, para haver um gás competitivo, é preciso um choque de oferta. Não adianta concentrar tudo nas mãos de um único vendedor”, explica. Além da concorrência, o sucesso ou fracasso da 12ª Rodada de Licitações é um fator importante para o mercado. “Imediatamente não haverá impacto. Primeiro de tudo, analisar o risco do leilão é preciso”, diz, se referindo ao número de participantes do leilão e lances das empresas.

Só será possível enxergar os grandes trunfos da 12ª Rodada no futuro, caso a ANP e o governo mantenham os leilões. “O que começa a mudar agora é a cultura de licitações. Se ela permanecer, a concorrência continua com novas ofertas, criando ciclos de novos agentes”, aponta. 

*Do programa de estágio do Jornal do Brasil