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"Sucesso absoluto", diz diretora da ANP sobre leilão do pré-sal

Magda e Lobão ficaram satisfeitos com resultado

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O leilão do campo de Libra, o primeiro da área do pré-sal a ser disputado, foi visto como um grande sucesso por Magda Chambriard, diretora da ANP, e Edison Lobão, ministro de Minas e Energia. O único consórcio apresentado, formado por Petrobrás, Shell, Total, CNPC e CNOOC, foi o ganhador. "As cinco empresas vencedoras estão entre as de maior valor de mercado de energia do mundo. Sucesso maior do que esse é difícil de imaginar", disse Magda.

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A diretora da ANP contou ainda que, apesar de parecer que não houve disputa, já que apenas uma proposta foi apresentada, a concorrência começou muito antes. Segundo ela, todas as empresas conversaram entre si em busca de bons consórcios. Por isso, o leilão ter sido ganho com a oferta mínima de 41,65% de óleo lucro estabelecida pelo edital não é um problema. "A porcentagem poderia ter sido maior sim, mas só se os concorrentes fossem os mesmos. Uma oferta maior com empresas que não tivessem capacidade para a exploração não seria uma boa oferta. Com essas cinco petroleiras, temos a absoluta certeza de que Libra terá o desenvolvimento mais correto possível", explicou. Lobão completou: "só comparece a um leilão dessa natureza quem de fato acredita em grandes possibilidades".

O avanço da tecnologia foi o grande personagem responsável pelo sucesso do pré-sal. Lobão deu o exemplo da área de Tupi, hoje conhecida como Lula, que havia sido arrematada pela Petrobrás no passado. A empresa não encontrou petróleo e a devolveu. Mais tarde, foi a própria Petrobrás que descobriu ali uma grande reserva de óleo em águas profundas. Segundo Lobão, "graças a tecnologia que avançou e continua avançando".

A 1ª Rodada do pré-sal teve bem menos empresas inscritas do que o esperado, com grandes petroleiras como BP e Exxol de fora da disputa. Segundo a direta da ANP, a ausência das gigantes não ocorreu por falta de interesse. A Exxol, por exemplo, não tem histórico de grandes investimentos em exploração e produção de petróleo no Brasil. Até pouco tempo atrás, mantinha apenas um bloco no país. Já a BP entrou em contato com a Agência Nacional de Petróleo, demonstrando vontade em participar. No entanto, o acidente no Golfo do México e relações com a corte americana a impediram de estar no leilão por medo de não cumprir obrigações com o governo brasileiro caso assumisse a responsabilidade. Uma terceira empresa que Magda não quis citar o nome justificou sua ausência dizendo que "é um projeto desafiador demais nesse momento".

A chance de uma 2ª Rodada de licitação do pré-sal para 2014 é descartada por Edison Lobão. Mas, segundo ele, o governo vai "examinar as possibilidades" para que haja uma 13ª Rodada para áreas fora dos campos de águas profundas para o ano que vem. Magda explicou que não é possível haver mais um leilão do pré-sal em pouco tempo já que Libra vai exigir um investimento muito grande. "A quantidade de bens e serviços necessários para o desenvolvimento desse campo (Libra) é imensa. Uma nova licitação ocorrerá daqui a 2 a 3 anos no mínimo. Eu não seria capaz de sugerir ao Governo Federal uma nova disputa para o ano que vem", disse.

Protestos foram realizados na porta do hotel onde acontecia o leilão e foram vistos de forma democrática por Magda e Lobão. Segundo eles, todos têm o direto de protestar. Magda inclusive disse que os manifestantes sempre são convidados nas audiências públicas. "Tanto na 11ª Rodada como na 12ª e também na 1ª do pré-sal todas as audiências públicas tiveram a delicadeza de convidá-los. Todos tiveram e têm a oportunidade de vir aqui e se expressar", explicou.

*Do programa de estágio do Jornal do Brasil