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Eike Batista: o império em decadência

Com perdas constantes na bolsa, empresário coloca Hotel Glória à venda

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A venda do Hotel Glória anunciado pelo Grupo EBX, de Eike Batista, é mais um retrato da decadência das empresas comandadas pelo empresário, que já foi o homem mais rico do Brasil e o oitavo do mundo. Mesmo com um investimento na casa dos R$ 200 milhões do BNDES, o agora chamado Glória Palace Hotel, que foi um dos ícones da hotelaria brasileira, é colocado à venda com nem metade das obras concluídas, às ruínas.

Em apenas dois anos, o império construído por Eike Batista, com investimentos bilionários em diversos segmentos da economia como petróleo, energia e portos, ruiu. Em 2011, o empresário era o oitavo lugar na lista dos homens mais ricos do mundo e possuía uma fortuna pessoal de cerca de US$ 30 bilhões. Ano passado, porém, esse montante caiu para R$ 10,6 bilhões e Eike passou para o centésimo lugar dos mais ricos do planeta, de acordo com a revista Forbes. Hoje, segundo outra publicação, a Bloomberg, o empresário não figura nem entre os 200 primeiros.

As empresas do empresário não conseguiram continuar subindo na Bolsa de Valores nem com os financiamentos de diversos bancos, como o BNDES, Itaú Unibanco e Bradesco. Somados, os números investidos pelos bancos nas empresas de Eike chegam à ordem dos R$ 16 bilhões. Só o BNDES emprestou R$ 10 bilhões.

Uma das principais empresas do grupo comandado pelo empresário, a OGX, do ramo petrolífero, é uma que vem sofrendo constantes quedas na bolsa de valores. Na última quarta-feira (12), a OGX perdeu 9,3% no índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e passou a custar apenas R$ 1,17. Com a queda, o bilionário perdeu US$ 196 milhões (cerca de R$ 392 milhões), o que ocasionou sua queda entre os mais ricos do mundo, de acordo com a Bloomberg. Nesta quinta-feira (13), a cotação da empresa chegou a ficar abaixo de R$ 1,00 pela primeira vez na história.

A Moody’s, umas das maiores empresas internacionais de classificação de risco, anunciou em abril o rebaixamento da avaliação da OGX e não descartou de novos rebaixamentos em breve.

Já a CCX Carvão, de extração do minério, as ações desta quarta-feira (12) despencaram 23,44% na Bovespa e ficaram cotadas a R$ 2,45, a maior queda diária dos papeis da empresa desde que entrou na Bolsa de Valores.

Com a queda da CCX Carvão, os papeis ordinários de outras empresas do Grupo EBX também despencaram na Bolsa de Valores. A LLX Logística perdeu 9,42% e fechou a cotação de quarta-feira (12) a R$ 1,25; a MMX Mineração caiu 5,16 %, fechando a R$ 1,47; a MPX Energia despencou 0,79%, a R$ 8,75; e OSX Brasil perdeu 4,05%, com cotação de R$ 2,37.

Marina da Glória

Não é só na Bolsa de Valores que Eike Batista vem sofrendo derrotas. Nesta quinta-feira (13), a pedido do Ministério Público Federal (MPF), a Justiça concedeu liminar determinando que a empresa MGX Empreendimentos Imobiliários e Serviços Náuticos, do empresário, inicie a retirada de cisterna, do alargamento do píer (no trecho próximo a cisterna) e de estacas implantadas no espelho d'água na Marina da Glória. No local, o empresário pretende construir um Centro de Convenções, que vem recebendo diversas críticas de moradores da região.

Eike responde

Em nota oficial, divulgada nesta quinta-feira (13) pela sua assessoria de imprensa, o empresário comenta a atual situação do Grupo EBX. Veja, na íntegra, abaixo:

O Sr. EIKE FUHRKEN BATISTA, fundador do Grupo EBX, vem a público esclarecer que:

(i) a EBX concluiu a reestruturação da sua dívida, existindo tão somente dívidas com vencimento de longo prazo, em clara evidência ao elevado comprometimento do Grupo EBX para com as obrigações perante os seus stakeholders.

(ii) sempre priorizando a eficiência, o corpo administrativo da EBX foi reduzido e reestruturado, o que também está sendo gradualmente implementado nas demais companhias controladas pelo Sr. Eike Batista.

(iii) recentes vendas de ações ordinárias de sua titularidade de emissão da OGX Petróleo e Gás Participações S.A. (“OGX” ou “Companhia”) representam um ajuste mínimo pontual no portfolio do Grupo EBX e estavam relacionadas com o alongamento de vencimentos e redução do custo da sua dívida com credores. Não há qualquer intenção de realizar vendas adicionais, em bolsa, de valores mobiliários de emissão da OGX. Não obstante, o Grupo EBX continuará a perseguir a implementação de parcerias estratégicas (vide as recentes operações envolvendo a MPX Energia S.A. e a EON e, também, OGX e Petronas), bem como eventos ou negócios que propiciem criação de valor e liquidez aos seus acionistas.