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Balança comercial: exportações brasileiras se desvalorizam

Importações, porém, não ficaram mais baratas 

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Os preços dos produtos do comércio exterior têm a variação mais desfavorável ao país desde o fim da década de 90, após longo período de bonança. Com a crise mundial, houve desvalorização dos principais produtos exportados pelo país, enquanto, no outro lado, não houve redução no preço das mercadorias importadas. Segundo a Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), no último ano, concluído em março, foi observada a piora de 4,5% dos termos de troca, relação entre o que é vendido e comprado pelo país.

Porém, não é uma catástrofe, porque os preços do comércio internacional se mantêm em patamares historicamente favoráveis. O preço das exportações brasileiras, no entanto, tiveram alta de 150% de 2004 a 2011. O período coincidiu com a maior expansão da renda nacional desde a crise da ‘década perdida’ de 1980. A prosperidade foi turbinada pela China, que multiplicou a demanda dos produtos básicos da parta de exportações brasileiras. Os preços das exportações teve seu auge em 2001. A queda posterior atingiu 5,5% nos últimos 12 meses, até março.

Ao contrário do que ocorreu em 2009, no pico da crise, a desvalorização das vendas não correspondeu ao barateamento das compras. Máquinas, combustíveis e químicos mantiveram a alta de 0,9% nos preços dos produtos importados. O minério de ferro e a soja foram as principais mercadorias prejudicadas pela crise dos países ricos e pela desaceleração chinesa. Para Lia Valls Pereira, especializada  em comércio exterior da FGV, pelo menos não há piora, porque os preços deixaram de cair.

Com o jornal Folha de S. Paulo