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Eike poderia investir no petróleo da Nigéria

Especulação envolve o banqueiro André Esteves

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O volume de dinheiro envolvendo o petróleo continua a agitar o cenário de negócios no Brasil e no mundo com rumos imprevisíveis. Segundo a revista Época, a Petrobras estaria iniciando a venda de grande parte de seu patrimônio no exterior, que inclui de refinarias a campos petrolíferos e participações em empresas. Informalmente apelidado de “feirão” pela estatal, o “plano de desinvestimentos” poderá render à Petrobras uma arrecadação aproximada de US$ 10 bilhões. Nada mal para uma empresa que enfrenta problemas de caixa.

A África seria a galinha dos ovos de ouro deste feirão, correspondente a entre US$ 5 bilhões e US$ 8 bilhões, patrimônio estimado pelo mercado e pela própria estatal. A Petrobras produz e explora petróleo em Angola, Benin, Gabão, Líbia, Namíbia, Nigéria e Tanzânia. A maior fatia dos investimentos estaria concentrada na Nigéria, onde estão 23% da produção atual de toda a área internacional da empresa. De acordo com a Época, a média produzida diariamente nos três poços da Nigéria – Agbami, Akpo e Engina - é de 55 mil barris de óleo. Documentos da companhia dariam conta de que os três poços têm reservas provadas de 150 milhões de barris de petróleo.

Embora os critérios de venda da estatal não tenham nenhuma transparência, a única negociação avançada deste ‘tesouro’ seria com o grupo PTG Pactual, do banqueiro Andre Esteves. A informação foi obtida pela revista semanal com o investidor Hamylton Padilha, poderosa influência na Petrobras. Embora o BTG não tivesse se manifestado, Padilha disse ter conversado com gente do Pactual sobre a venda de ativos da Petrobras e teve a confirmação de que o banco estaria especialmente interessado no patrimônio africano. E acrescentou que a pessoa que trataria diretamente deste tema específico seria o banqueiro André Esteves.

Esteves, por sua vez, fechou neste mês de março um meganegócio com o bilionário Eike Batista, uma parceria chamada por ambos de “cooperação estratégica de negócios”. Com isso, o BTG passou a ser uma espécie de conselheiro preferencial para assuntos financeiros, linhas de crédito e futuros investimentos de capital da EBX de Eike, embora não tenha exclusividade na prestação de serviços financeiros, de acordo com nota divulgada pela própria EBX.

Conforme publicou o Jornal do Brasil, por sua vez, os rumores envolvendo o conglomerado de empresas de Eike Batista nos últimos meses fizeram com que suas companhias sofressem forte volatilidade, com perdas significativas na Bolsa de Valores de São Paulo. Em 2013, a OGX Petróleo já acumula recuo de 46,12%, enquanto a LLX Logística e a MMX Mineração têm índices negativos de 8,33% e 46,97%, respectivamente.

As especulações de baixo crescimento, venda e acordos com empresas estrangeiras balançaram as bolsas, confirmadas ou não. O desempenho desfavorável do setor petrolífero, puxado pela Petrobras, contribuiu para a queda das empresas do bilionário carioca, segundo a reportagem do JB.

Agora, resta saber se Eike poderia estar ‘caindo na tentação’ de voltar a aprofundar seus negócios no setor de petróleo, se é que procede a informação de que Andre Esteves esteja de fato se colocando como um potencial interessado no óleo africano, sobretudo da Nigéria. Verdade ou especulação, só o tempo dirá.