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Petrobras: crescimento de 233% na produção do Pré-sal até 2017

Expectativa da estatal é a produção de 1 milhão de barris por dia, nos próximos quatro anos

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A produção de petróleo no Pré-sal pela Petrobras já chega a 300 mil barris do óleo por dia e a expectativa é de que, até 2017, este número atinja 1 milhão de barris diários, um crescimento de 233,3%. O planejamento faz parte do "Plano de Negócios e Gestão 2013 - 2017", divulgado nesta terça-feira (19) pela presidente da estatal, Maria da Graça Foster. 

A empresa, destacou a executiva, levou apenas sete anos para atingir a marca de 300 mil barris por dia em fevereiro deste ano. Em comparação, a Bacia de Campos, por exemplo, demorou 11 anos para atingir a mesma produção.

Por isso, afirmou que “é completamente descabido qualquer argumento que pretenda desqualificar a Petrobras sobre a sua capacidade para produzir o pré-sal no Brasil. Essa desqualificação não se sustenta tecnicamente”, afirmou.

Convergência com preços internacionais

Na divulgação do plano, a Petrobras pretende diminuir a diferença entre os preços de combustível praticados no mercado nacional e o internacional, informou a presidente ao lado de outros membros da diretoria. Durante coletiva de imprensa, ela afirmou que há uma "busca pela convergência com preços internacionais".

A desvalorização cambial nos últimos anos acabou prejudicando o desempenho da empresa, já que os preços praticados aqui estavam abaixo do que era cobrado internacionalmente, devido à política do governo de não reajustar os valores para os consumidores. Ainda assim, a presidente reiterou que "a política de formação de preços da companhia não mudou".

Maria da Graça não quis comentar previsões de novos reajustes nos preços dos combustíveis para o futuro. Mas lembrou que, apenas no último ano, foram realizados quatro aumentos no diesel, que totalizaram ganho de 21,9% e mais dois acréscimos na gasolina, que somados chegaram a 14,9%.  Reajustes, segundo ela, “bastante expressivos".

“O aumento se deu no dia 6 de março, hoje estamos em 19 de março e não faz sentido, dentro da política da Petrobras, que é de médio e longo prazo, começarmos a conversar sobre aumentos de preços. Então, os quatro reajustes que nós tivemos, em nove meses, são muito importantes para garantir a sustentabilidade do nosso plano”, afirmou.

Investimentos

O plano para os próximos quatro anos mantém “identidade muito próxima” com o planejamento anterior, de 2012 a 2016, e continua com previsão de investimento de 236,7 bilhões de dólares até 2017, afirmou Maria das Graças.

O setor de Exploração e Produção é prioridade e receberá 62% do total de investimentos, ou seja, 147,5 bilhões de dólares.  Segundo o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Miranda Formigli, a distribuição dos recursos “está associada ao índice de sucesso nas áreas”. O setor de desenvolvimento da produção, fase imediatamente posterior à decretação de comercialidade dos campos, receberá 69% dos investimentos no setor.

A produção diária de barris de petróleo deve atingir os 2,75 milhões em 2017, frente aos atuais 2 milhões produzidos em 2012 e que deverão se repetir este ano. O objetivo ainda é atingir 4,2 milhões de barris em 2020. 

Graça Foster destacou a “excelente realização física e financeira em 2012”. Segundo a executiva, no ano passado, a Petrobras teve a maior realização financeira em investimento, totalizando R$ 84,1 bilhões, acima da estimativa inicial no plano de negócios 2012-2016 que era de R$ 83,3 bilhões. 

“Tivemos uma realização física bastante expressiva: 104,8% do previsto no ano foi realizado”, afirmou. Já a realização financeira média foi de 110,6%.

Câmbio

Graça Foster avaliou que a questão cambial não deverá impactar negativamente no preço dos combustíveis nos próximos meses e considerou que o valor do barril do petróleo leve tipo brent deverá cair dos atuais US$ 110 para até US$ 85.

“Nós acreditamos, no curto prazo, em um brent de US$ 110 por barril, caminhando para US$ 100 e, mais ao final do período, chegando a US$ 85 por barril. Temos uma previsão sobre câmbio. Entendemos que, com todos os acontecimentos que estão por vir no Brasil, que tem estabilidade e é um mercado crescente de consumo, o que interessa aos investidores internacionais, virão mais dólares para o país.”

A presidente da Petrobras considerou que esses fatores poderão favorecer a companhia. “Tudo isso significa que nós poderemos ter apreciação do real, o que vai ser favorável a nós (Petrobras). É uma avaliação matemática: 75% da nossa dívida é contratada em dólar. Se ficamos em US$ 85 por barril, acaba que batemos em cima da paridade dos preços internacionais e o sinal para nós se modifica.”

Disciplina

Graça Foster disse que vê desafios e muitas oportunidades para o futuro da Petrobras. Mas acredita que a única forma de que estas chances se tornem realidade vêm através da criatividade com "muita disciplina".  

"Temos um conhecimento muito maior, por isso acho que são muito mais oportunidades do que desafios. Mas sabemos que precisamos ter foco e disciplina, porque só assim vamos chegar de fato lá. E o lá é logo ali, estamos falando de 2020. O ciclo de petróleo é um ciclo longo, então, 2020 para nós é amanhã. Temos que ser criativos, porém, disciplinados."

Com Agência Brasil

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