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Reino Unido pode impor restrições de vistos para brasileiros, diz FT

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Theresa May, ministra do Interior britânico, enfrenta uma fila de propostas com os colegas de gabinete para impor restrições de vistos para brasileiros, destacando as tensões entre a busca do crescimento econômico e da necessidade de reconhecer a preocupação pública sobre a imigração, diz artigo publicado nesta terça-feira (5) no jornal Financial Times, assinado por Helen Warrell e George Parker 

Os planos de May para reforçar as regras para os brasileiros é um importante teste para a coalizão, enquanto tenta equilibrar as prioridades conflitantes. Ministros temem que as restrições possam lançar uma sombra sobre as relações britânicas com o Brasil, uma economia em rápido crescimento que David Cameron aponta como um parceiro comercial chave para a Grã-Bretanha, diz o FT.

O governo britânico já está lutando contra críticas de grupos turísticos e varejistas de luxo do Reino Unido com relação ao complexo processo de obtenção de um visto de turista na China está impedindo cidadãos chineses, com alto poder de consumo, de entrar no Reino Unido, prossegue o artigo. 

Cameron e Nick Clegg, vice-primeiro-ministro, têm visitado o Brasil desde a eleição e tentaram reforçar laços comerciais. Mas a ministra May acredita que o país também é fonte de imigração ilegal para a Grã-Bretanha. O ministério britânico vai propor o fim da atual acordo, que permite que os brasileiros visitem o Reino Unido por mais de seis meses sem um visto, mas  pode esperar uma forte oposição, quando levantar a questão na terça-feira no Conselho de Segurança Nacional. Sua proposta aparece junto com as de países como os EUA e a Austrália que estão fazendo o curso oposto, a flexibilização das restrições de vistos com o Brasil, para incentivar laços de turismo e de negócios, diz o artigo. 

William Hague, ministro das Relações Exteriores e George Osborne, ministro da Fazenda, estão entre os que entraram em choque com a ministra May sobre sua operação de regime do visto britânico.  "O Home Office é a favor de novas restrições de visto, mas todo o resto do gabinete é basicamente contra", disse uma pessoa envolvida nas discussões. Outra insinuou que a "mão pesada" da ministra May com o regime de vistos mostrou "nenhum conhecimento" das repercussões para o comércio com as nações do Brics, conclui o texto.