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Projetos que podem gerar energia de meia Itaipu estão parados na Aneel

As Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHS) poderiam produzir quase 7 mil Megawatts (MW)

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Caras e poluentes, as termelétricas continuam funcionando a pleno vapor no Brasil e devem permanecer em uso pelos próximos meses, segundo o diretor-geral da ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), Hermes Chipp. Enquanto isso, estão parados na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) cerca de 629 projetos para a construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHS), que poderiam produzir quase 7 mil Megawatts (MW) de potência, "metade" de Itaipu.

Quem denuncia o problema é o consultor, projetista e investidor Ivo Pugnaloni, diretor da consultoria Enercons. Segundo ele, em 2012 a Aneel só aprovou 14 PCHS. "Assim, vão demorar décadas até conseguir aprovar os outros projetos. Eles são importantes principalmente em momentos como este em que há uma demanda maior por energia", afirma.

Um dos motivos que tem contribuído para o atraso nas aprovações pode ser a exigência da agência de que, quando há competição entre projetos para a aprovação, eles precisam obter uma licença ambiental, antes mesmo da análise. Esta exigência, que começou em 2008, é ilegal, segundo o diretor. 

"Os órgãos ambientais se recusam a fazer vários licenciamentos para uma mesma PCH, que é realmente um absurdo e aí nenhum projeto acaba sendo aprovado”, analisa.

Termelétricas ficarão ligadas até novembro de 2013

O anúncio do diretor da ONS, feito na última quarta-feira (12), tem como objetivo evitar problemas de falta de energia durante a Copa do Mundo do Brasil em 2014, quando milhares de estrangeiros estarão no país.

“A ONS quer garantir que o nível dos reservatórios sejam suficientes para o próximo ano, nível este que, no momento, não é o ideal. Essa medida  configura o que a gente já vinha percebendo nos últimos anos: a queda no nível de água dos reservatórios. Outra coisa é que os reservatórios estão tendo o tamanho reduzido progressivamente para evitar danos ao meio ambiente, e a consequência disso é aumentar a geração”, explica o economista José Bonifácio Amaral Filho, professor da Universidade Federal de Campinas (Unicamp).

A reportagem tentou contato com a Aneel, mas até o fechamento desta edição, a empresa não havia se manifestado.