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Crise sem precedentes se cortarem incentivos nos EUA 

Previsão é de Delfim Neto, sobretudo se Romney vencer

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O ex-ministro Delfim Neto faz um alerta: caso o congresso americano não dê poderes ao Executivo para que os incentivos fiscais ali existentes sejam prorrogados, o mundo viverá uma crise sem precedentes.  

“Na verdade, o maior risco é este problema da dificuldade fiscal que acontecerá se não forem prorrogados os incentivos atuais. Teríamos uma crise nos Estados Unidos de proporção gigantesca, que provavelmente colocaria o mundo em uma situação muito mais difícil do que está hoje. Isto está obviamente ligado às eleições americanas”, explica.

O ex-ministro não detalha um incentivo em si, fala “do conjunto da obra”. Destaca, porém, que se eles não forem prorrogados haverá uma forte crise com, entre outras consequências, o aumento do desemprego. “Teremos uma crise de proporções catastróficas”, prevê.

Delfim Neto admite que muito embora os americanos falem que se caminha para o precipício, na verdade, a tendência é de nos aproximarmos dele (precipício), mas não cairmos,  "porque no fim acaba se estabelecendo uma certa racionalidade”.

O grave, no entanto, é que “enquanto se está aproximando do momento, o mercado vai se antecipar e se farão todos os estragos possíveis”.

Na sua expectativa, a eleição americana deve dar ao Executivo dos Estados Unidos um poder maior de decisão para se evitar uma crise maior.

Para ele, haverá diferença entre a vitória de Mitt Romney ou de Barack Obama. “A eleição do Obama torna a coisa mais simples, porque ele tem mais experiência seu programa é muito menos radical do que o de Romney”.

“O Obama tentará seguir com isto. Espero que ele tenha respaldo no Congresso, porque se não tiver, os Estados Unidos vão pagar o preço da confusão, o mundo vai pagar o preço da confusão americana e o Brasil pagará o preço de estar no mundo. Um preço que será mais caro porque teremos uma crise de proporções muito maiores do que a atual”, conclui.