ASSINE
search button

Política de preços retraiu produção de bicombustíveis limpos, diz professor 

Professor fez declarações durante evento paralelo na Rio Oil&Gas

Compartilhar

O governo brasileiro é "irresponsável" em sua política de preços para o combustível no país, ao manter valores artificiais de mercado. É o que afirmou o professor Luiz Augusto Horta Nogueira, do Centro de Excelência em Eficiência Energética da Universidade Federal de Itajubá (Excen/UNIFEI). Segundo ele, as medidas adotadas por Brasília nos últimos anos acabou retraindo a produção no setor de bicombustíveis, mais limpa e sustentável.

As declarações foram feitas durante o painel "Consumo Consciente da Energia", evento paralelo que aconteceu na conferência internacional Rio Oil&Gas nesta quarta-feira (20). Segundo o professor, a indústria de biocombustíveis "voltou seis anos em desenvolvimento por conta destas práticas, já que com este valor a demanda pela gasolina sobe e os veículos flex, por exemplo, acabam perdendo mercado", reclamou.

A política de manter o preço do combustível abaixo das cotações internacionais, feita através da Petrobras, tem o objetivo de proteger o consumidor, mas acaba prejudicando a própria empresa, segundo Nogueira. "A estatal perdeu valor de mercado, pois ela está com lucros menores, já que importa a preços internacionais mas vende aqui abaixo das cotações", afirmou. 

Aos poucos, lembrou ele, os ajustes de valores tem sido realizados, porém os aumentos no combustível são feitos em contrapartida com uma exoneração tributária, o que acaba prejudicando também a arrecadação do Tesouro Nacional, diminuindo as verbas das cidades e estados que recolhem estes impostos. "Estas são as consequencias desta prática irresponsável do governo", opinou.

Para o professor, não é "necessário" ter uma liberdade total de precificação, ou seja, os valores nos postos de gasolina não devem flutuar como no bolsa. Mas é preciso que os critérios para determinação destes valores sejam mais transparentes. "A política energética brasileira se dá pela sua ausência. Isso precisa mudar. Temos avanços importantes, como a criação da etiqueta de eficiência energética. A presidente da Petrobras também tem agido mais, feito mudanças. Espero que ela continue", finalizou.