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PIB tímido: indústria em queda e baixo investimento

`O principal vilão foi o setor de Máquinas e Equipamentos

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A indústria brasileira, que vem sofrendo com queda na produtividade desde 2009, foi o principal responsável pelo baixo crescimento econômico brasileiro. O setor teve queda na atividade de 2,4% no segundo trimestre de 2012. É o que mostram os dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados nesta sexta (31) pelo IBGE. 

Um das causas da queda é a alta competitividade, causada por produtos importados, aponta Rebeca La Rocque Palis, porta-voz da instituição. As importações de Bens e Serviços, em julho, registraram elevação de 1,9%, enquanto as exportações recuaram em 3,9%.

Especialistas ouvidos pelo Jornal do Brasil na última quinta (30) já haviam alertado para a necessidade de aumentar os investimentos do país. Dados do IBGE apontam que o índice de Formação Bruta de Capital (FBCF), que responde pelos investimentos, recuou em 3,7%, o menor desde o terceiro trimestre de 2009. O principal responsável pela queda foi o setor de Máquinas e Equipamentos. 

"Obras em infra-estrutura, como estas, são muito importantes, pois temos um déficit muito grande, o que contribui para o alto valor de se produzir no país, o tal custo brasil. Enquanto estes valores e problemas persistirem, não haverá investimento no país. Além disso, é preciso ver os aspectos dessas privatizações, pois elas precisam atrair o capital privado", analisou o economista Marcel Solimeo, Superintendente Institucional da Associação Comercial de São Paulo (Acsp).  

Em nota, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), também credita o resultado pouco expressivo da economia à baixa taxa de investimento do país. "As taxas de FBCF não permitem um crescimento muito superior a 1,5% ou 2% ao ano", analisa.

Índices positivos

A alta de 0,4% do PIB, registrada no segundo trimestre de 2012, se deve principalmente ao consumo das famílias, que aumentou 2,4%, sua 35ª alta nos trimestres. "A queda nos juros é dos grandes fatores que justificam este aumento no consumo das famílias", avalia Rebeca. O setor de serviços, que avançou 1,5%, também foi importante para que o PIB fosse positivo. 

Apesar de ter peso menor na conta do crescimento econômico, a agropecuária foi destaque para o especialistas e apresentou alta de 4,9% no período. "A safra de café entrou na conta, o que não havia acontecido no ano passado, com uma safra boa, puxando o índice para cima", contabiliza Rebeca.  

Estímulos

Mesmo frente a este cenário, a FecomercioSP acredita em um segundo semestre mais aquecido, graças, principalmente, aos estímulos fiscais do governo e às constantes quedas de juros. Dentre estes estímulos, destaca-se a abertura de novas concessões para rodovias e ferrovias pelo país, que terá investimentos privados de R$ 133 bilhões em 25 anos, anunciadas pelo governo no último dia 15.