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Inadimplência derruba ações do Itaú em quase 13% apenas no primeiro semestre

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O banco Itaú Unibanco registrou as maiores quedas na Bolsa de Valores de São Paulo entre o setor financeiro privado. Até a última quinta-feira, o acumulado no ano era de quase 15%, o que foi amenizado com a alta dos papéis no pregão desta sexta. A ação do banco fechou o dia valorizada em 2,82%.

O Banco do Brasil também tem registrado quedas no valor dos seus papéis, de 17,95%. Mas, além de ser uma instituição estatal, ele inclui entre as causas para a maior queda, a política de incentivo ao crédito com juros menores, determinada pelo governo Dilma.

Já as ações do Itaú, com a valorização desta sexta-feira, reduziu a baixa em 2012 para 12,99%.  É a maior entre os grandes bancos privados do país. O Bradesco, outro gigante do setor, tem desvalorização de apenas 1,79% no ano. O próprio Ibovespa, índice que reúne as principais ações do mercado, teve recuo menor, de 4,27% ao ano.  

Especialistas afirmam ao Jornal do Brasil que a acentuada desvalorização é fruto do alto nível de inadimplência do banco, que chegou a 5,1% nos primeiros três meses de 2012. Outra razão apontada pelos analistas é a desaceleração da economia brasileira, que diminuiu os investimentos afetando diretamente a demanda por crédito nas instituições financeiras. 

No último dia 4, o presidente Roberto Setúbal anunciou após seminário na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que esperava uma perda líquida com operações de crédito de R$ 18 bilhões em 2012.

O Itaú, no entanto, não parece se amedrontar com o cenário adverso. Na mesma terça, anunciou parceria com o Banco BMG para ofertar, distribuir e comercializar créditos consignados no Brasil. O crédito consignado é a menina dos olhos dos bancos, por não provocar inadimplência, uma vez que as parcelas saem do salário a ser creditado na conta do trabalhador. 

Este ano, entre janeiro e março, a carteira de crédito do Itaú - que engloba todos os tipos de empréstimos - alcançou R$ 400,5 bilhões, 16% superior aos R$ 344,86 bilhões registrados um ano antes.

Lucro cai

Os lucros da empresa, assim como as ações, tem caído significativamente. No primeiro trimestre do ano o lucro líquido registrado foi de R$ 3,425 bilhões, recuo de 3% em relação ao mesmo período do ano passado, como mostrou o banco em balanço divulgado no dia 24 de Abril. 

O Itaú afirmou ao JB que está "em período de silêncio" e por isso não quis comentar as quedas. Os números são do site Infomoney.