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Empresa petrolífera de Eike Batista cai 40% em dois dias 

Só no mês de junho, até ontem, as perdas do empresário na bolsa chegam a R$ 20,3 bilhões

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A companhia de petróleo do empresário Eike Batista, a OGX, desvalorizou-se quase 40% somente nos últimos dois dias na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Segundo analistas, a queda ocorreu após a divulgação, na terça-feira à noite por parte da OGX, que a vazão de óleo nos primeiros poços perfurados pela empresa em um campo na bacia de Campos é de 5 mil barris de óleo equivalente (boe) por dia, apenas um terço do que o mercado esperava. 

Além da queda das ações, outra consequência foi a renúncia por parte do presidente da OGX, Paulo Mendonça, que ocupou o cargo por dois meses. 

Com o comunicado trazendo dados ruins na terça, corretoras de valores reduziram drasticamente as projeções e a recomendação para os papéis da empresa, levantando dúvidas sobre todo o programa de crescimento da companhia.

Porém, as perdas de Eike não se limitaram à OGX. Somente no pregão de ontem, além da queda de 19,2% das ações da petrolífera, a MMX, empresa de mineração do grupo de Eike, caiu 17,0%, e a LLX, companhia de logística, teve queda de 8,07%. 

Segundo dados da Economatica, só no mês de junho, até ontem, as perdas de Eike na bolsa chegam a R$ 20,3 bilhões. Com a queda das ações de suas empresas, o empresário, o homem mais rico do Brasil, caiu da 14º posição para a 27º posição no ranking dos mais ricos do mundo, de acordo com a agência de notícias americana Bloomberg, na lista Bloomberg Billionaires Index.

Contestações

Em março deste ano, Eike chegou a rebater uma reportagem da revista Época Negócios que falava sobre o grupo do empresário, seus métodos de gestão e desafios que tem pela frente. O principal, segundo a revista, será começar a mostrar resultados a partir deste ano. "Eike sabe que a paciência dos investidores tem limite. E o limite é este ano", disse a Época Negócios.

Em resposta à matéria, Eike postou uma série de mensagens em seu perfil na rede Twitter. "Época Negócios dessa semana me pergunta se vou entregar... Entrego há 30 anos e vou entregar muito mais", afirmou Eike em seu perfil no Twitter. O empresário seguiu: "Onde está a transparência dos que criticam, mas se escondem no anonimato?", questionou Eike. Na matéria de Época Negócios, a maior parte dos questionamentos sobre se as empresas de Eike vão dar certo é feito por pessoas que não foram identificadas. 

"Críticas abertas, é difícil encontrar. Mas desligue o gravador e você ouvirá nomes de peso, entre banqueiros e investidores, divagando sobre as 'fragilidades' do seu modelo de negócios", escreveu a revista.