Pela primeira vez o ministro da Fazenda Guido Mantega admitiu o que especialistas já vinham anunciando: pode ser difícil o Brasil crescer 4,5%, conforme havia estipulado inicialmente o governo. O motivo, segundo ele, é o reflexo da crise vivida pelos países europeus.
“É mais difícil agora crescer 4,5% no ano como um todo”, afirmou, durante anúncio de um pacote de incentivo ao setor automotivo. Mantega explicou os efeitos da crise internacional do crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro:
“Estamos diante do agravamento da crise internacional. Isto exige esforços redobrados para mantermos a taxa de crescimento aos patamares desejados. Se a Europa não conseguir resolver a crise da Grécia, dificilmente vamos crescer 4,5%”, reconheceu.
O questionamento sobre o crescimento do PIB foi feito durante o anúncio de um pacote de incentivo para o setor automotivo que prevê a redução de IPI para zero, do IOF,além de ampliar o prazo de financiamento e expandir o crédito.
“O Brasil se tornou no ano passado o terceiro mercado automotivo do mundo, atrás da China e dos EUA. Nós queremos que continue crescendo”, disse. “É um setor importante para economia e representa quase 20% do PIB industrial. É um dos setores com mais investimentos em carteira”, justificou. O pacote de incentivos soma R$ 2,1 bilhões em desoneração fiscal para indústria e o consumidor.