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Aluguel de casa para feriado cresce com classe C 

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Um estudo do Ministério do Turismo aponta para um incremento do turismo interno. Beneficiado pelo bom momento econômico, o brasileiro tem viajado cada vez mais dentro do País, impulsionado pelo aumento de 57,6% da renda média entre 2002 e 2009. Diante disso, a perspectiva para o turismo nacional é ótima para os próximos anos, principalmente pelo aumento do poder econômico da classe C, a que mais cresce no País. 

De acordo com pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV), a classe C deve chegar a 120 milhões de pessoas em 2014.

Mesmo com o cenário otimista, não quer dizer que o brasileiro saiu gastando por aí. Pelo contrário, ele anda buscando na internet opções mais baratas para levar a família em suas viagens de lazer. "O brasileiro hoje tem mais dinheiro e tem mais consciência de que precisa economizar em um lado para gastar em outro", afirma o empresário Nicholas Spitzman.

Segundo levantamento do Ministério do Turismo, 56,3% dos brasileiros que viajam ficam em casa de parentes e amigos, enquanto 29,1% preferem hotéis. Mas sites como "Alugue Temporada", "Temporada RJ", "Rent a Flat" ou "Rio Hospedagem" apostam que é possível economizar alugando no que eles chamam de "sua casa longe de casa".

Funciona assim: se você tem uma casa para alugar, em qualquer lugar do País pode criar seu anúncio, dar as características de sua residência, colocar fotos e negociar diretamente com o interessado. Pedro Paulo Guerra tem uma casa na Ilha de Jaguanum, em Mangaratiba, e aluga pelo site desde 2009. "Nunca tive nenhum tipo de problema. Só alugo minha casa pelo site. Em geral, as pessoas preferem feriadões ou fim de semana. Nunca aluguei por uma temporada mais longa que isso", afirma.

De acordo com Nicholas Spitzman, não dá para definir o que é temporada - pode ser um mês inteiro, um fim de semana, um dia. Depende do que locatário e inquilino acordarem diretamente. "E você busca uma casa ou apartamento do tamanho que você deseja, com a possibilidade de levar seu animal de estimação, e estar de férias com uma estrutura de casa", explica o empresário, que tem cerca de 16 mil imóveis cadastrados para aluguel.

Helena de Paula aluga seu apartamento em Copacabana, na Zona Sul do Rio, há pelo menos cinco anos. Parou por dois anos, e voltou desde o ano passado sem arrependimento. "A procura por anunciar em sites como esses é quase diária. Vale muito a pena" disse Helena. Com cerca de 80 imóveis cadastrados em seu site, Sergio Santos, diz que o boca a boca conta muito para essa mudança de hábito do brasileiro. "Um amigo vem e aluga. E avisa ao outro, que compara com os preços absurdos que cobram os hotéis do Rio em feriados e opta pelo aluguel por temporada", disse.

Mesmo com Rio + 20, Jornada Mundial da Juventude, Copa das Confederações, Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, a aposta é mesmo pelo turismo interno. Helena de Paula diz que até agora não recebeu nenhum pedido para a Rio +20, por exemplo, que acontece no próximo mês de junho no Rio. "O público para aluguel pela internet é mais família em férias do que gente a trabalho", afirma a empresária.

Os números indicam que o brasileiro viaja em média duas vezes por ano, com no mínimo um familiar, e fica nos lugares por três dias em média, gastando cerca de R$ 900 no local de destino. "Vale muito a pena", diz o vendedor Glayber Bittencourt, que tem filhos pequenos e buscava algo mais específico, com piscina, perto da praia. Ele já alugou uma casa em Guarapari, no Espírito Santo, por uma semana para o Ano Novo, e outra em Búzios, que aluga sempre que tem um feriado. "Eu diria que economizei quase 50% em relação a um hotel de boa qualidade. E ainda negociei com os proprietários para me conseguirem alguém para fazer comida, o que foi ótimo", conta.