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Bovespa tem quarta queda seguida e fecha em menor nível desde janeiro

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O índice Ibovespa da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou a semana com desvalorização de 0,43%, aos 59.445 pontos, no quarto pregão consecutivo de queda e renovando o menor patamar desde 13 de janeiro. No acumulado da semana, o índice teve perdas de 2,26%, sendo que esta é a quarta semana seguida de baixa da bolsa. O volume financeiro foi de R$ 5,93 bilhões.

A bolsa abriu o dia com valorização, chegando, na máxima, a subir 1,06%, mas o desempenho negativo das principais empresas que compõem o índice empurrou a desvalorização. Ainda, a situação complexa na Europa pressionou o mercado. A agência de classificação de risco Fitch Ratings ameaçou rebaixar os ratings dos países-membros da Zona do Euro caso a Grécia deixe o bloco. Na Espanha, o governo pediu que seus bancos separem 30 bilhões de euros prevendo possíveis perdas. Ao falar sobre o país, a Comissão Europeia avaliou que o déficit espanhol está acima da meta e, por isso, sugeriu mais medidas de austeridade. 

Na China, os números da produção industrial chamaram atenção, após desacelerarem de um crescimento anual de 11,9% em março para 9,3% em abril - resultado mais fraco do índice desde maio de 2009.

Mercado

No mercado, destaque para a queda das ações de Vale do Rio Doce e Petrobras. Os ativos ordinários e preferenciais da mineradora recuraram 3,00% e 3,11%, impulsionados pelos dados da indústria da China, maior importadora de minério de ferro mundial, enquanto os da petrolífera caíram 1,88% e 1,96%, respectivamente, por conta do adiamento para a próxima terça-feira (15) do balanço do primeiro trimestre deste ano. Os papéis da OGX Petróleo, do bilionário Eike Batista, tiveram queda de 0,66%.

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) também teve dia negativo no mercado financeiro após divulgação dos resultados do primeiro trimestre deste ano da empresa. As ações da CSN caíram 3,70% e lideraram as perdas da bolsa. Na sequência, os ativos da construtora PDG Realty recuaram 3,62%, enquanto os papéis da companhia de telecomunicações Oi tiveram desvalorização de 3,55%.  

O destaque positivo ficou para as ações da construtora Gafisa, que avançaram 3,58% no pregão. Completaram os maiores ganhos do dia a Marfrig e a Redecard, cujos ativos valorizaram 3,25% e 2,80%. 

Europa

Na Europa, os principais índices acionários fecharam com sinais mistos. A principal preocupação dos investidores europeus foi com a situação dos bancos espanhóis, após o governo do país ter requerido que as instituições bancárias reservassem um adicional de 30 bilhões de euros para cobrir possíveis perdas. Ainda, as autoridades espanholas determinou que todos os bancos separem de seus balanços os ativos imobiliários com problemas e os transfiram para outro veículo devido à fragilidade do setor.

A Comissão Europeia (CE) divulgou o panorama econômico para os 27 países da União Europeia, cujo resultado mostra que a Espanha terá de fazer maiores esforços se quiser cumprir as metas de redução de déficit estabelecidas pelo órgão, tendo em vista que o país prosseguirá em recessão em 2012 e 2013. O déficit orçamentário espanhol será de 6,4% de seu Produto Interno bruto (PIB) em 2012 e 6,3% em 2013, informou o documento da CE.

Na Grécia, os dirigentes socialistas e conservadores gregos, Evangelos Venizelos e Antonis Samaras, reiniciaram negociações para a formação de um governo de coalizão no país, o que deu animo aos investidores. Ainda, a agência de classificação de risco Fitch afirmou nesta sexta (11) que poderia colocar em risco os ratings soberanos de todos os demais Estados-Membros da Zona do Euro em risco caso a Grécia deixe bloco.

Na Alemanha, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC)  da Alemanha subiu 0,2% em abril na comparação com o mês anterior, segundo o,Escritório Federal de Estatística, Destatis. No mesmo sentido, o Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) do Reino Unido teve valorização de 0,7% em abril, frente a março, segundo o Office for National Statistics.

Como efeito, o índice DAX, da bolsa de Frankfurt, encerrou com alta de 0,95%, aos 6.579 pontos, e, na bolsa de Londres, o índice FTSE 100 avançou 0,57%, aos 5.575 pontos. O CAC-40, da bolsa de Paris, teve perdas de 0,01% aos 3.129 pontos, enquanto o IBEX 35, da bolsa de Madri, caiu 0,71%, aos 6.996 pontos.

EUA

Nos Estados Unidos, as bolsas também fecharam com sinais opostos na sessão. O dia foi marcado pelas perdas bilionárias do banco JPMorgan Chase e pelo anúncio do indicador de confiança dos consumidores do país, que subiu em maio e alcançou o maior nível desde janeiro de 2008.

Assim, o Dow Jones, que mede a performance das 30 principais blue chips americanas, teve baixa de 0,27%, aos 12.821 pontos, encerrando a semana com desvalorização de 1,67%. O S&P 500, que agrupa as 500 principais empresas dos EUA, teve queda de 0,34%, a 1.353 pontos. A Nasdaq Composite, que opera os ativos de tecnologia, teve alta de 0,01%, aos 2.934 pontos.

China

Na China, a produção industrial chamou a atenção após registrar desaceleração do crescimento anual de 11,9% em março para 9,3% em abril, número mais fraco desde maio de 2009. As vendas no varejo passaram de 15,2% para 14,1% no mesmo período e os investimentos em ativos fixos tiveram alta de 20,2% nos quatro primeiros meses do ano, menor ritmo desde dezembro de 2002.

Ainda, o governo reduziu os gastos fiscais, de 35% para 8%, em abril, bem como os novos empréstimos bancários, de 682 bilhões de yuans, muito abaixo dos 780 bilhões de yuans que eram projetados pelo mercado. Por fim, os dados do setor imobiliário também foram abaixo da expectativa, com destaque para o investimento no setor, cujo crescimento desacelerou de 19,6% para 9,2% ao mês.