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Dilma diz que cúpula do G20 teve "sucesso relativo"

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A cúpula dos dirigentes do G20, realizada em Cannes, foi um "sucesso relativo", na opinião da presidente Dilma Rousseff, que representou o Brasil nas discussões. Embora o comunicado final da reunião tenha sido raso em decisões práticas, a petista considera que os caminhos para um solução à crise na zona do euro - que se transformou em protagonista da cúpula - foram delimitados durante os dois dias de reuniões.

"Eu não acho que foi um fracasso. Eu acho que a reunião foi um sucesso relativo. Houve, sem dúvida nenhuma, avanços", declarou a presidente. "Estão claros os rumos que os líderes da União Europeia estão definindo para si mesmos. Eles deram um passo à frente em relação a forma de enfrentar a crise."

Dilma saudou, por exemplo, a iniciativa da Itália de se prontificar a ser monitorada trimestralmente pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre o cumprimento das medidas de austeridade em vigor no pais. Também avaliou que a situação da Grécia se acalmou com o passar dos dias, graças à mobilização dos europeus em defender a moeda única - o que obrigou o governo grego a desistir de aplicar um referendo para aprovar o pacote de ajudas fechado pelos países da zona do euro ao país.

A presidente reiterou a disponibilidade do Brasil de aumentar a contribuição ao FMI através de acordos bilaterais, por redistribuição das cotas do órgão, e disse que prefere ajudar os países em crise através do organismo internacional por causa das garantias sólidas oferecidas em troca. Além disso, o fundo se disponibiliza a ajudar todos as economias que precisarem de socorro, e não apenas as europeias, como é o caso do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, no qual a China negocia investimentos.

Os valores envolvidos, entretanto, ainda estão em discussão e a presidente preferiu aguardar as próximas negociações antes de informar o quanto o Brasil estaria disposto a contribuir no FMI. A presidente ressaltou - como já havia sido indicado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, há duas semanas - que o País não cogita participar do fundo de resgate europeu.

"Eu não tenho a menor intenção de fazer nenhuma contribuição direto para o fundo europeu. Nem eles têm, por que eu teria?", afirmou, argumentando que o dinheiro das reservas brasileiras deve ser protegido porque "foi tirado com o suor" dos brasileiros.