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UE defende ação em crise da dívida que afeta Itália e Espanha

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Os responsáveis europeus pediram nesta quarta-feira a rápida implementação dos acordos já alcançados para combater a crise da dívida soberana na zona do euro que atinge agora Espanha e Itália, cujos prêmios de risco voltaram a registrar recordes em um mercado turbulento.

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, classificou de "injustificadas" as tensões nos mercados sobre Espanha e Itália, levando em conta seus "fundamentos econômicos e orçamentários", mas pediu para atuar com determinação.

É "essencial que avancemos rapidamente para a implementação" das medidas fechadas antes da crise da dívida na zona do euro e que "enviemos um sinal inequívoco de nossa determinação ao responder (...) com os meios adaptados à gravidade da situação", instou Barroso em comunicado.

O português pediu aos chefes de Estado e de governo que "garantam que estas ações sejam tomadas sem demora", referindo-se à aplicação dos acordos alcançados na cúpula da zona do euro de 21 de julho em Bruxelas.

Nessa reunião, os presidentes concordaram em redobrar sua ajuda à Grécia e modificar o fundo de resgate da zona do euro para que possa comprar dívida de um Estado-membro em dificuldades no mercado secundário, uma mudança que requer a aprovação prévia dos Parlamentos nacionais.

Na mesma linha, o chefe do executivo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, e o presidente da União Europeia (UE), Herman Van Rompuy, concordaram sobre a "necessidade" de aprovar "o quanto antes" esses compromissos para "dar certeza e confiança aos mercados financeiros".

Os prêmios de risco de Itália e Espanha, ou seja, a diferença entre os juros de seus títulos soberanos de dez anos com os alemães, registraram nesta quarta-feira novos recordes.

A tensão aumentou nesta semana sobre Itália e Espanha, terceira e quarta maiores economias da zona do euro, respectivamente, depois que foram socorridos Grécia, Irlanda e Portugal.

Os investidores temem a perigosa combinação da elevada dívida pública que os Estados europeus carregam com um crescimento frágil, uma tônica que poderá se manter até o fim do ano, segundo advertiu a agência Standard and Poor's.

O chefe do governo italiano Silvio Berlusconi lançou nesta quarta-feira no Parlamento um "plano de ação urgente" para reativar a economia italiana com o objetivo de tranquilizar os mercados.

"Temos bases econômicas sólidas, os bancos têm liquidez, são solventes e superaram tranquilamente os testes europeus", disse Berlusconi, após propor "um plano de ação urgente acordado com os atores sociais" para estimular o estancado crescimento econômico.

Já Zapatero, que retornou de suas férias iniciadas na véspera, convocou a ministra da Economia, Elena Salgado, para uma reunião de emergência nesta quarta-feira.

A Comissão Europeia afirmou na terça-feira que não há nenhum plano de resgate sobre a mesa para os países encurralados agora pelos mercados.

Em qualquer caso, os especialistas advertem que o custo de um salvamento para Roma e Madri seria superior aos fundos disponíveis no mecanismo de resgate criado em 2010 pela zona do euro e dotado inicialmente de € 750 bilhões.

A economia espanhola se submeterá na quinta-feira a um novo teste, com o leilão de títulos de € 2,5 bilhões a € 3,5 bilhões.