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Investimento estrangeiro no Brasil atinge recorde histórico

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O investimento estrangeiro direto (IED) no Brasil, quase triplicou no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo recorde histórico, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta terça-feira. O IED atingiu US$ 32,477 bilhões entre janeiro e junho deste ano, contra US$ 12,1 bilhões no mesmo período de 2010. 

 O investimento estrangeiro no Brasil aumentou sete vezes em junho deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado. De acordo com a autoridade monetária, o IED passou de US$ 766 milhões em junho de 2010 para US$ 5,467 bilhões em junho deste ano. 

De acordo com o chefe do departamento econômico do Banco Central, Túlio Maciel, o recorde de investimentos estrangeiros no Brasil gerou o maior déficit nas transações correntes (compras e vendas de bens e serviços entre o Brasil e os demais países) para o primeiro semestre do ano: US$ 45,899 bilhões. 

 "As contas externas padrão semelhante ao observado nos últimos meses. Uma ampliação do déficit das contas externas reflete a continuidade do crescimento da economia, que se traduz em ampliação da demanda por parte dos brasileiros por serviços estrangeiros, seja para consumo, seja para investimento", disse. Outro fator que deve pesar na balança comercial do país é o aumento dos gastos dos brasileiros no exterior. 

O BC prevê que neste ano o saldo das contas externas brasileiras fique negativo em US$ 60 bilhões, valor que, se confirmado, será um recorde histórico (a série da autoridade monetária começa em 1947). Um exemplo é o aumento dos gastos dos brasileiros com viagens internacionais que, de janeiro a junho deste ano, somaram US$ 10,1 bilhões. 

As despesas de brasileiros no exterior no primeiro semestre de 2011 representam mais da metade dos gastos totais do ano passado, que foram de US$ 16,422 bilhões. De janeiro a junho de 2011, os brasileiros gastaram US$ 6,814 bilhões a mais em viagens internacionais do que os turistas estrangeiros deixaram no Brasil no mesmo período (US$ 3,370 bilhões). 

 "Na parte de consumo, da demanda de bens e serviços estrangeiros por parte dos brasileiros, observamos claramente em viagens internacionais um crescimento significativo no semestre e na importação de bens de consumo, principalmente duráveis. O aumento do poder aquisitivo do brasileiro influencia nessa evolução. Observamos um crescimento significativo na importação de bens de capital, máquinas e equipamentos, e no serviço, com aluguel de máquinas e equipamentos. Isso vem aumentando mês a mês e tende a continuar nesse padrão", disse Túlio Maciel. 

Somente em junho de 2011, os brasileiros gastaram US$ 1,854 bilhão no exterior, valor pouco maior que o medido no mesmo mês do ano passado (US$ 1,325 bilhão). Os estrangeiros gastaram US$ 490 milhões em viagens no Brasil no mês passado, ante uma despesa de US$ 414 milhões registrada no mesmo período de 2010. Os brasileiros que moram no exterior enviaram US$ 162 milhões para familiares residentes no Brasil em junho deste ano. 

Já os estrangeiros que moram no Brasil mandaram US$ 68 milhões para manutenção de parentes no país de origem. Segundo o BC, não houve variação nesses valores em relação a junho de 2010.