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Dilma pede diagnóstico de Belo Monte; Lobão garante cronograma

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Brasília - A presidente Dilma Rousseff pediu nesta sexta-feira um diagnóstico da usina hidrelétrica de Belo Monte, no município de Altamira, no Pará, para verificar o contéudo das crescentes críticas feitas ao empreendimento. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, minimizou a ela as pendências indígenas no projeto - alvo inclusive de reclamações públicas da Organização dos Estados Americanos (OEA) - e garantiu o cumprimento do cronograma.

"A questão frequentemente sendo abordada é a questão indígena. Mmostrei à presidente um mapa que demonstra que há uma presença de diversas reservas na região distante de Belo Monte. A reserva mais próxima encontra-se a 31 km de distância do lago. Outras a 200 km, 300 km, 500 km de distância. Existem cerca de 2,2 mil índios para cerca de 2,5 milhões de hectares de terras concedidas", disse o ministro, que se reuniu nesta sexta com a presidente no Palácio da Alvorada, em Brasília.

"Temos um projeto fixado, temos uma meta e vamos cumpri-la", resumiu, apontando que atualmente o governo lida no empreendimento com objeções "sem nenhum sentido ou razoabilidade". "Nós estamos no convencimento de que de fato se trata de uma obra de grande interesse nacional com a preservação do meio ambiente com todos os requisitos de atendimento, com as exigências do meio ambiente sendo atendidas uma a uma, e ela precisa ser tocada dentro dos cronogramas e dentro das previsões", afirmou o ministro.

A presidente Dilma Rousseff cobrou dos ministros na quinta-feira, em reunião no Palácio do Planalto, um cronograma de atuação do poder público no município de Altamira, no Pará, a fim de evitar que Belo Monte apresente os mesmos problemas trabalhistas de Jirau, em Rondônia.

O projeto da usina de Belo Monte é alvo de frequentes manifestos, mas o governo descarta por ora qualquer alteração no empreendimento. Em abril, a OEA, por meio de sua Comissão Interamericana de Direitos Humanos, chegou a solicitar oficialmente ao governo brasileiro a suspensão imediata das obras do complexo hídrico no Pará sob o argumento de haver um potencial prejuízo dos direitos das comunidades tradicionais da bacia do rio Xingu.