Os investidores mantiveram o bom humor e jogaram as cotações do dólar lá em baixo. A moeda estrangeira fechou em baixa de 1,10%, a R$ 1,61 na venda. Assim, esta é seu mais baixo valor nos últimos dois anos e meio. Na semana, o dólar acumulou desvalorização de 2,8%.
Para o gerente da Fair corretora, José Roberto Carrera, a combinação de juros elevados e boas perspectivas para a economia brasileira associado à política monetária quantitativa dos Estados Unidos mantêm a tendência de queda para o dólar no mercado doméstico. Vale lembrar que este fortalecimento do real também decorre do aumento de captações de empresas nacionais no exterior. “Mas nos níveis atuais, a perspectiva é de que o mercado puxe um pouco os preços um pouco para cima, já que a taxa neste patamar prejudica as exportações, uma das fontes de entrada de divisas que contribui para o crescimento da economia local”.
Por outro lado, a queda do dólar tem efeitos positivos sobre a inflação e a dívida pública.
A baixa liquidez de início de mês e o fluxo positivo também influenciaram os negócios nesta sexta-feira, lembra o profissional. Neste sentido, o Banco Central mantém suas atuações, tentando coibir a apreciação do real e estabilizar a moeda. Hoje, realizou três leilões de compra no mercado à vista, além da oferta de contratos de swap cambial reverso, que equivale a compra de dólares no mercado futuro.
“Os leilões do BC enxugam o excesso de liquidez, mas não são capazes de reverter à tendência de queda do dólar”, frisa Carrera, reiterando que com nossos juros exorbitantes e a nossa credibilidade ninguém vai querer perder a oportunidade de ganhar alta por aqui.
Para o mês de abril, a perspectiva é de que o cenário externo siga conturbado. A equipe econômica da Socopa acredita em manutenção das tensões geopolíticas com novas ondas de protestos agora no Iêmen e na Síria, além da continuidade dos confrontos na Líbia. “Dessa forma, as cotações do petróleo devem se manter em tendência de alta”, estimam.
Na agenda do dia, foi destaque os dados sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos. Em março, a economia norteamericana criou 216 novos vagas,o que ajudou a reduzir a taxa de desemprego para 8,8%. Para André Perfeito, economista da Gradual Investimento, os dados são animadores e reafirmam as expectativas de que as medidas anticíclicas fiscais e monetárias nos EUA estão surtindo efeito.