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FMI: economia brasileira é vítima de "superaquecimento"

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O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, afirmou nesta quinta-feira verificar o risco de a economia brasileira ser vítima de um "superaquecimento". Ao comentar a rápida recuperação econômica de países da América Latina após a crise financeira mundial, o chefe do FMI, que se reuniu com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a economia brasileira é um "bom exemplo" do potencial aquecimento econômico excessivo.

"O problema no que se refere a essa recuperação (econômica pós-crise) é o duplo risco de sobreaquecimento nos países emergentes e o Brasil é um bom exemplo. O segundo risco é oriundo dos países no norte da África e o consequente problema que poderá se obter no preço do petróleo", disse, estimando, conforme fez hoje a presidente Dilma Rousseff, que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro nos próximos anos seja mais modesto.

"Existe o risco, sim, porque os números de 2010 saíram hoje e foram o que havíamos previsto: 7,5% é o melhor resultado em 20 anos. O governo precisou de medidas para resfriar a economia nesse ambiente volátil. A política monetária também segue o mesmo sentido. É razoável esperar que o crescimento desacelere. O problema não é ter o mais alto nível de crescimento e depois reduzir no ano seguinte. O problema é ter crescimento sustentável e também inclusivo, que combate a pobreza", ressaltou.