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Governo nega debate sobre eventual retorno da CPMF

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BRASÍLIA - Um dia após a presidente Dilma Rousseff ter ouvido no Fórum de Governadores do Nordeste apelo para a recriação de um imposto destinado ao financiamento da saúde, o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sergio, negou nesta terça-feira que o Palácio do Planalto debata a viabilização do novo tributo. De acordo com o governador de Sergipe, Marcelo Déda, Dilma teria acenado ontem para que o debate sobre a "nova CPMF" seja aprofundado.

"Não existe no governo nenhum debate acerca da recriação da CPMF", declarou o coordenador político do governo. A eventual criação do tributo não é consenso entre os governadores do Nordeste e tampouco entre os integrantes da gestão Dilma. No início da corrida presidencial, a ainda pré-candidata Dilma disse ser a favor de uma reforma tributária e negou ter defendido a criação de um novo imposto como forma de repor as perdas provocadas pela extinção da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).

Em entrevista à rádio CBN, na ocasião ela admitiu que recursos para financiar o setor da saúde e que haviam sido prometidos por conta de uma futura arrecadação da CPMF poderiam ser obtidos "de outra fonte tributária". "Sou a favor da reforma tributária. Em relação aos impostos, eu acho que tem que diminuir e não aumentar. É que não é possível a gente supor que sai R$ 40 bilhões da receita da Saúde e fica tudo por isso mesmo", declarou.

"Eu tenho dito sistematicamente que eu sou a favor de uma reforma porque eu acho que a questão do imposto no Brasil já beirou o limite. Nós temos que fazer uma reforma, porque isso vai significar simplificação dos tributos, desoneração da folha de salários, desoneração dos investimentos", comentou a petista, que responsabilizou na época a oposição pelo fim da fonte de financiamento para a saúde.

"O que aconteceu conosco? Nós, brasileiros, fomos colocados numa verdadeira arapuca, numa armadilha. Porque a oposição tirou R$ 40 bilhões da área da Saúde, sem um processo de transição, de um dia para o outro. E hoje nós temos que fazer face a vários reclames vindos não só dos prefeitos, mas da população. A população quer saúde", disse.