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Diretor diz que Banco PanAmericano era mal gerenciado

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SÃO PAULO - O diretor superintendente do Banco PanAmericano, Celso Antunes da Costa, disse nesta quarta-feira - ao divulgar o prejuízo líquido de R$ 133,617 milhões em dezembro de 2010 - que a investigação sobre o rombo de R$ 4,3 bilhões cabe ao Banco Central e à Polícia Federal. "O que identificamos foi um banco mal gerenciado", afirmou.

Segundo o diretor, anteriormente havia manipulação nos valores do banco, quando eram constituídos ativos que não existiam. "Daqui para frente não teremos problemas. Hoje, o PanAmericano é absolutamente limpo e transparente", disse Antunes.

Sobre a compra do controle pelo BTG Pactual - que assumiu 51% das ações com direito a voto - Antunes afirmou que o banco não entrou para ajustar o PanAmericano e vendê-lo.

A diretoria também destacou a parceira com a Caixa Econômica Federal, atuando na redução forte de custos de captação. "O custo do PanAmericano era bastante elevado e caiu ao patamar considerado bom". A Caixa anunciou na semana passada que vai disponibilizar de R$ 8 bilhões a R$ 10 bilhões ao PanAmericano para dar liquidez ao banco.

 

Entenda o caso

O PanAmericano anunciou em novembro que o Grupo Silvio Santos, seu controlador, iria aportar R$ 2,5 bilhões na instituição para restabelecer o equilíbrio patrimonial e a liquidez, após "inconsistências contábeis" apontadas pelo Banco Central (BC). Um processo administrativo de investigação apura a origem e os responsáveis pelo problema de falta de fundos.

A injeção de recursos no banco foi feita por meio do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que é uma entidade sem fins lucrativos que protege os correntistas, poupadores e investidores. São as instituições financeiras que contribuem com uma porcentagem dos depósitos para a manutenção do FGC - sem recursos públicos.

A holding do Grupo Silvio Santos colocou à disposição empresas como o SBT e a rede de lojas do Baú da Felicidade, entre outras, como garantia pelo empréstimo, que tem prazo de dez anos. Especializado em leasing e financiamento de carros, o PanAmericano teve 49% do capital votante vendido para a Caixa Econômica Federal em dezembro de 2009, por R$ 739,2 milhões. Com autorização do BC, as atividades das lojas e o atendimento ao público continuam sem problemas, segundo a instituição.

Em 31 de janeiro, o BTG Pactual anunciou a compra do controle do PanAmericano por R$ 450 milhões. O BTG acertou a aquisição da totalidade da participação do Grupo Silvio Santos no PanAmericano, assumindo 51% das ações ordinárias do banco e quase 22% das preferenciais, representativas de 37,6% do capital total. Após a reunião que selou o negócio, o apresentador e empresário Silvio Santos se mostrou aliviado. "Agora, estou livre. A televisão que alguém queria comprar não está mais à venda", afirmou o empresário.