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Vendas no comércio têm a maior alta em nove anos

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RIO - Em dezembro, o comércio varejista do país apresentou variação de 0,0% para o volume de vendas e 1,0% para a receita nominal, indicando uma acomodação no volume de vendas (após sete meses de resultados positivos) e crescimento da receita nominal de vendas pelo décimo segundo mês consecutivo. Sem ajuste sazonal, as taxas para o volume de vendas foram de 10,1% sobre dezembro/2009 e de 10,9% no acumulado do ano (o maior resultado da série iniciada em 2001). Já a receita nominal obteve taxas de 15,6% com relação a igual mês de 2009 e de 14,5% no ano. As informações foram divulgadas nesta terça-feira pelo IBGE.

Na série com ajuste sazonal, seis das oito atividades que compõem o varejo tiveram variações positivas: Tecidos vestuário e calçados (3,4%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (2,8%); Livros, jornais, revistas e papelaria (2,3%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,6%); Móveis e eletrodomésticos (1,4%); e Combustíveis e lubrificantes (1,1%). As variações negativas foram: Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,3%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,0%).

Já na comparação com dezembro de 2009, todas as oito atividades tiveram aumento no volume de vendas, cujas taxas, por ordem de importância no resultado global, se estabeleceram em 18,3% em Móveis e eletrodomésticos; 6,5% para Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; 10,2% em Tecidos, vestuário e calçados; 8,0% para Outros artigos de uso pessoal e doméstico; 13,9% em Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos; 25,5% para Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação; 6,2% para Combustíveis e lubrificantes e 26,6% para Livros, jornais, revistas e papelaria.

 

Resultados anuais refletem aumento do poder de compra e expansão do crédito

O segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo registrou expansão no volume de vendas em 2010 de 9,0% em relação ao ano anterior, resultado que o levou a responder por um 39,9% da taxa anual do varejo, o principal impacto no resultado anual do Comércio Varejista.

Este desempenho reflete, principalmente, o aumento do poder de compra da população decorrente do aumento da massa de salário da economia (obtida pela melhora da renda e do emprego) e da expansão do crédito.

Com aumento de 18,3% em relação ao ano anterior, a atividade de Móveis e eletrodomésticos exerceu o segundo maior impacto (27%) na taxa da taxa anual do varejo. Esse desempenho decorreu não só de fatores econômicos, como a recuperação do crédito e a manutenção do crescimento do emprego e do rendimento1, como também da estabilidade de preços, principalmente no que tange aos eletrodomésticos.

A atividade de Outros artigos de uso pessoal e doméstico exerceu, em 2010, o terceiro maior impacto no resultado anual do Comércio varejista, sendo responsável por 7,4% da magnitude da taxa global, ao registrar variação no volume de vendas de 8,8% no ano, comparado com o ano de 2009. Englobando segmentos como lojas de departamento, ótica, joalheira, artigos esportivos, brinquedos, etc., esta atividade teve seu desempenho também influenciado pela evolução positiva da massa de salários e pela oferta generosa do crédito.

A quarta maior contribuição para o resultado global no ano de 2010 coube ao segmento de Tecidos, vestuário e calçados, com uma variação de 10,7% em relação ao ano anterior. Este resultado é explicado pela recuperação do mercado interno frente à crise financeira iniciada no final de 2008, quando a atividade começou a registrar resultados negativos, devidos principalmente à valorização do Real.

A atividade de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, que registrou crescimento de 11,9%, em relação ao ano anterior, exercendo assim, a quinta maior contribuição à taxa anual do comércio varejista. A expansão da massa de salários e crédito, somada ao caráter de uso essencial e permanente de seus produtos, são os principais fatores explicativos do desempenho positivo pelo sétimo ano consecutivo do segmento.

A sexta maior contribuição à taxa global foi da atividade de Combustíveis e lubrificantes, que apresenta resultado positivo no volume de vendas, ao registrar variação acumulada de 6,6% em 2010, com relação ao ano anterior. Esse resultado se deve não só pelo aumento da frota no ano de 2010, que segundo a ANFAVEA foi de 14,3% em relação a 2009 (considerando automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus), como também pela estabilidade dos preços no setor (variação de 1,8% do subitem combustíveis versus variação de 5,9% do índice geral – IPCA).

Exercendo o sétimo maior impacto positivo no resultado do varejo no ano, a atividade de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação obteve acréscimo no volume de vendas de 24,1% sobre o ano de 2009. Dentre os fatores que determinaram este desempenho vale destacar a expressiva queda de preços dos produtos de informática (-12,9% em 2010 para o subitem Microcomputadores, segundo IPCA), proporcionada pela valorização cambial e medidas de incentivo do Governo para reduzir a exclusão digital.

O segmento de Livros, jornais, revistas e papelaria apresenta a oitava contribuição à taxa global, registrando variação de 12,0% em relação a 2009. Esse desempenho acompanha o crescimento da economia e das macrovariáveis como a renda e o emprego, mostrando o fortalecimento do mercado interno do setor.