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Dilma diz que salário mínimo de R$ 545 mantém acordo com centrais sindicais

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PORTO ALEGRE - A presidente Dilma Rousseff manifestou-se esta manhã sobre as negociações em torno do reajuste do salário mínimo. Ela afirmou: "O que queremos saber é se as centrais querem ou não a manutenção do acordo pelo período do nosso governo. Se querem, o que nós propomos para este ano é R$ 545 ". Dilma reforçou a importância da manutenção do acordo, pois estabeleceu uma metodologia para a correção do salário mínimo.

O governo alega que tem um acordo com as centrais sindicais de corrigir o mínimo conforme a inflação do último ano mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país de dois anos anteriores. Como em 2009 o mundo ainda passava pela crise financeira, o crescimento do PIB brasileiro foi próximo a zero.

Na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que o valor do mínimo seria de R$ 545, em função do acréscimo da inflação de dezembro. Parlamentares e sindicalistas querem R$ 580. As centrais pedem ainda a correção da inflação pelo Índice Nacional de Preços para o Consumidor (INPC) para a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), o que daria 6,46%. Elas querem também o reajuste de 10% nas aposentadorias e pensões da Previdência Social.

O aumento do mínimo, no entanto, pode pesar nas contas governamentais. Além do impacto direto do aumento, que a cada R$ 1 de aumento no salário mínimo eleva em R$ 286,4 milhões as despesas orçamentárias relacionadas, há ainda a influência indireta sobre as aposentadorias acima de um salário mínimo e a expectativa de que o valor possa subir excessivamente no próximo ano, quando o reajuste levará em conta o crescimento do PIB em 2010.

A primeira reunião entre o governo e seis centrais sindicais, realizada na quarta-feira, representou a abertura de um canal de discussão sobre temas de interesse dos trabalhadores, segundo o ministro Gilberto Carvalho, escolhido pela presidenta Dilma Rousseff para intermediar o debate. O fórum, afirmou Carvalho, possibilitará definir políticas trabalhistas que terão validade pelos próximos anos.

Na próxima quarta-feira (2), às 10h, haverá uma nova reunião com as centrais sindicais. Gilberto Carvalho disse que levará todas as questões colocadas na reunião à presidente Dilma Rousseff.  Para os dirigentes das centrais sindicais, o encontro viabilizou a abertura do processo de negociação que envolve os reajustes do salário mínimo, tabela do Imposto de Renda (IR) e benefício e aposentadoria da previdência oficial.