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Mantega diz ter conjunto de medidas para conter queda do dólar

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta terça-feira que, apesar da preocupação do governo com a supervalorização do real ante o dólar, ainda não há necessidade de anunciar medidas para conter o movimento. "Temos um conjunto de medidas para a área cambial, quando houver uma deterioração maior do câmbio vamos anunciá-las. Se não for necessário, melhor ainda", declarou.

"O governo está atento a esta questão do câmbio, não permitiremos que o dólar derreta. Não mediremos esforços para impedir que essa queda ocorra", disse o ministro.

Mantega demonstrou preocupação com a recente desvalorização do dólar, que chegou a valer R$ 1,65, o menor patamar desde 2008, nas duas últimas semanas. O ministro reforçou a posição do governo de tomar todas as medidas necessárias para evitar uma grande valorização da moeda brasileira em relação à divisa americana, cenário que prejudica as exportações brasileiras.

Segundo Mantega, este é um movimento que está sendo percebido em todo o mundo. "Por incrível que pareça, isso está acontecendo por causa de certa melhoria da economia americana, que dá alguns sinais de recuperação maior do que se esperava. É um fator positivo pois ajuda na recuperação da economia mundial, mas causa esse efeito de curto prazo, que é desvalorizar a moeda americana. O dólar vai se valorizar num segundo momento", afirmou.

De acordo com o ministro da Fazenda, além de prejudicar as exportações, o dólar baixo atrai o investimento especulativo, já que os investidores trocam a moeda americana por outras mais rentáveis. Assim, os recursos estrangeiros aplicados no Brasil por conta do dólar baixo não geram emprego e renda, mas apenas lucro para os investidores.

Nesta terça-feira, o dólar fechou cotado a R$ 1,664, com valorização de 0,79%.

Gastos do governo

Segundo Mantega, a proposta de redução dos gastos públicos no primeiro ano de governo Dilma pode ajudar o câmbio a se normalizar. "Haverá uma ação fiscal forte do governo nesse primeiro ano e isso acabará ajudando o câmbio, já que o País estará gastando menos. Com isso vamos abrir espaço para que futuramente os juros possam cair. Juros altos atraem investimentos externos e interferem também no câmbio", disse.

O ministro da Fazenda comentou ainda sobre o bloqueio de gastos do Orçamento para este ano, que ainda não está definido e só será anunciado após estudo feito pelos ministérios. "Não vamos fazer um corte linear porque não é racional, é melhor fazer redução qualitativa olhando a realidade de cada ministério e aquilo que pode ser reduzido sem prejudicar as ações principais de cada um deles", afirmou Mantega.