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''Não achava que estaria vivo para ver'', diz Lula sobre queda de desemprego recorde

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FOZ DO IGUAÇU - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva interrompeu nesta sexta-feira a ordem de discursos dos presidentes na reunião plenária da cúpula do Mercosul, em Foz do Iguaçu (PR), para comemorar a queda da taxa de desemprego, anunciada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pela manhã. "Eu não achava que estaria vivo ao receber uma notícia como esta", disse.

Ele informou aos presentes no encontro que o desemprego no país atingiu a taxa de 5,7%, a menor taxa da série histórica iniciada em março de 2002. "Há dez anos, a gente pensava que isto acontecia em outros países. Agora está acontecendo nas bandas do Mercosul e da América Latina. Esta é uma conquista extraordinária", finalizou.

Lula ainda disse que acredita que o mesmo movimento de geração de empregos esteja acontecendo em outros países da América do Sul. O presidente foi aplaudido de pé por todos os participantes da cúpula após o discurso, na abertura do encontro. Este foi o último compromisso internacional dele em seu mandato como presidente da República.

"Este é meu último compromissso como presidente, em solo brasileiro, da minha agenda internacional. Foram muitos anos de alegria com os chefes de Estado e o destino fez com que meu último compromisso fosse em uma reunião do Mercosul. Saio com a certeza de que valeu a pena todo o trabalho realizado", comentou. Lula ainda destacou que a futura presidente do Brasil, Dilma Rousseff, vai seguramente enxergar o Mercosul como um componente importante de sua política.

O presidente brasileiro lembrou que o bloco em breve completará 20 anos e que o Mercosul se tornou um projeto histórico, com conquistas em um ambiente de paz e cooperação, dentro de um espaço democrático. "Alcançamos um elevado grau de convergência visando ao desenvolvimento do Mercosul. Somos um grande continente em processo de integração solidária. Avançamos além da agenda comercial", afirmou.

De acordo com ele, o Mercosul atua como um bloco que demonstra consistência e que, em 2008, movimentou US$ 86 bilhões. Lula ainda disse que o grupo foi um dos últimos a sentir os efeitos da crise financeira mundial de 2008 e um dos primeiros a sair das dificuldades. Ele citou que os países em desenvolvimento não podem pagar a conta de outros.

O momento de descontração do discurso de Lula aconteceu quando ele comentou a adoção da placa única entre os países do bloco. "Espero que um ex-presidente tenha direito a uma plaquinha para transitar livremente", declarou. A unificação das placas do bloco integrado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, e ao qual a Venezuela está em processo de adesão, foi aprovada na quinta-feira pelos chanceleres dos quatro países durante a reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC) do Mercosul.