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Liberdade de expressão: veja crítica do filme 'Egon Schiele – Morte e donzela'

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O processo criativo provocador do pintor austríaco é o foco de “Egon Schiele – Morte e donzela”. Seguindo um dos princípios do expressionismo, o diretor Dieter Berner apresenta uma montagem não linear para contar a história de um dos maiores representantes do movimento que surgiu na Alemanha e se expandiu pela Europa no início do século XX. Egon usava corpos femininos e o próprio corpo como objeto de sua arte. A irmã caçula, Gerti, e a musa, Wally, imortalizada na famosa pintura “Morte e a donzela” foram modelos fundamentais. Com apoio do mestre Gustav Klimt, Schiele desafiava os padrões sociais e da arte com obras de extremo erotismo e traços inovadores. 

A trama revela um artista que subverte os conceitos acadêmicos numa Viena boêmia, antes e durante a Primeira Guerra, em reconstituição de época detalhada. No entanto, a narrativa carece de maior densidade dramática diante das transgressões de Egon, que chegou a ir para a prisão por conta de suas ousadias, explorando a nudez de meninas adolescentes. A relação com as musas ganha força com Wally, bem construída por Valerie Pachner. Noah Saavedra é sedutor, mas não chega a comover nos momentos de Schiele em defesa da sua arte. 

* Jornalista e membro da Associação de Críticos da Cidade do Rio de Janeiro

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EGON SCHIELE – MORTE E DONZELA : ** (Regular)

Cotaçõeso Péssimo; * Ruim; ** Regular; *** Bom; **** Muito Bom

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