O documentário “Estrada de sonhos”, de Pedro von Krüger, chega num ano marcado pela greve dos caminhoneiros que colocou em debate, além das reivindicações da categoria e o desgoverno, a falta de um sistema ferroviário eficiente. Da primeira estrada de ferro, a Barão de Mauá, inaugurada em 1854, até o abandono no século XXI, o longa propõe uma reflexão sobre o desenvolvimento humano nas cidades.
A abordagem segue a estrutura tradicional, com depoimentos de quem viveu a história do trem do ponto de vista profissional e familiar. Há inspiração nos relatos do ex-ferroviário Antonio Xisto, rei do Congado, dos poetas Ferreira Gullar e Adélia Prado, além de viajantes das poucas linhas que funcionam e o sonho através da paisagem cinematográfica na janela.
Entre os pontos fracos, a opção por algumas imagens desfocadas, que não se justifica na narrativa, e a percepção incômoda de compromissos com o patrocinador, quando poderia ir além, na temática de um Brasil que clama por melhores condições de vida e desenvolvimento.
* Jornalista membro da Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro
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ESTRADA DE SONHOS: ** (Regular)
Cotações: o Péssimo; * Ruim; ** Regular; *** Bom; **** Muito Bom
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