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'A beleza por trás da máscara': confira crítica do Caderno B para o filme 'Nos vemos no paraíso'

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A guerra é um encontro de estranhos reunidos numa causa maior, mas cada um, por trás da máscara, tem uma luta particular. Em “Nos vemos no Paraíso”, escrito e dirigido por Albert Dupontel, baseado no livro de Pierre Lamaitre, circunstâncias no campo de batalha da Primeira Guerra estabelecem a amizade dos soldados Albert Maillard (Dupontel) e Édouard Péricourt (Nahuel Pérez Biscayart). Albert é salvo por Édouard, que acaba atingido por uma bomba e perde a mandíbula. 

De volta ao lar, os veteranos são marginalizados pela sociedade que eles lutaram para defender. Édouard vive recluso por conta da deformação, mas encontra refúgio na arte das máscaras. Os amigos armam um golpe para mudar suas vidas e vão enfrentar o ex-comandante tirano que lucra com os mortos da guerra. A história da infância de Édouard, filho de um banqueiro de coração duro, servirá como conexão para os acontecimentos. 

Albert Dupontel encena uma história alegre e triste, com o brilho do desempenho de Nahuel Pérez Biscayart com máscaras que passam mensagens poderosas. Uma delas, a cabeça de um leão feita de dinheiro, critica os poderosos num show de confecção e gestual. Ganhador de cinco prêmios César, o Oscar francês, o filme evoca a pantomima do cinema mudo de Charles Chaplin. Uma obra rara em tempos cínicos.

* Jornalista membro da Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro

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NOS VEMOS NO PARAÍSO: **** (Muito Bom)

Cotaçõeso Péssimo; * Ruim; ** Regular; *** Bom; **** Muito Bom

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