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'Reinado dos sonhos', destaca crítica sobre 'Rei'

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“Rei” é um bicho estranho no circuito. Exemplar raro de cinema experimental a estrear por aqui, o cineasta Niles Atallah é um americano radicado no Chile que realiza uma obra híbrida, histórica e alegórica, onírica e assustadora. Baseado em acontecimentos reais, o francês Antoine de Tounens saiu de seu país em 1860 e chegou em terras chilenas para fundar um reino próprio, e se autoproclamar monarca local. A partir daí, tudo é delírio.

Atallah cria um universo particular e bizarro, com guerreiros vestidos de palha e homens com cabeças de cavalo para mergulhar seu protagonista cada vez mais em estado de transe alucinógeno. Acaba, com isso, transportando também a plateia a uma espécie de catatonia exacerbada por imagens que explodem na tela em mil símbolos que precisam de codificação particular. As interpretações, múltiplas, se farão possíveis a partir de sua imensa teia de informações em frenesi.

A partir de seu terço final, Atallah começa a enfeitiçar seu próprio filme com homenagens à história do cinema, passando por cinema mudo, técnicas com que se pintavam os fotogramas à mão e os primeiros musicais. O filme vai embolando as referências cada vez mais, ao passo que vai refrescando nossas retinas com um espetáculo visual único, intenso, mirabolante e inesquecível. 

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REI: **** (Muito Bom)

Cotaçõeso Péssimo; * Ruim; ** Regular; *** Bom; **** Muito Bom

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