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'Reflexos do desejo' destaca crítica sobre 'O amante duplo'

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Um mergulho psicossexual é mais uma vez a proposta do diretor François Ozon. Se, em “Uma nova amiga”, ele explorou a satisfação de um homem travestido de mulher, em “O amante duplo”, Ozon filma um exame ginecológico, com super-closes e refinamento estético, para apresentar Chloé (Marina Vacht), uma jovem que sente dores físicas e emocionais, mas não consegue descobrir qual é a origem do problema. Ela busca a ajuda psicológica de Paul (Jérémie Renier), mas nas sessões de terapia, os dois acabam se apaixonando. Por acaso, Chloé descobre o terapeuta Louis, irmão gêmeo e um mistério na vida de Paul. Ela começa um tratamento com o cunhado, para investigar o que houve entre os dois irmãos e um jogo sexual entra em cena.

Baseado no livro “Lives of the twins”, de Joyce Carol Oates, o filme evoca os suspenses psicológicos de Brian De Palma (“Irmãs diabólicas”) e de David Cronenberg (“Gêmeos - Mórbida semelhança”). Os irmãos terapeutas viram alvo da análise de Chloé dando espaço a fantasias para que o imaginário possa lidar com a realidade. Numa paleta de cores frias, o universo dela é cercado de espelhos e simetria, entre a estabilidade de Paul e o risco de Louis.

Mas se o “psicocinema” de Ozon em “Uma nova amiga” é surpreendente e bem resolvido, em “O amante duplo” a trama segura a atenção, mas cai em clichês do gênero que fazem deste um filme interessante, mas não especial. 

*Jornalista e membro da ACCRJ

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O AMANTE DUPLO: ** (Regular)

Cotaçõeso Péssimo; * Ruim; ** Regular; *** Bom; **** Muito Bom

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