ASSINE
search button

Livro 'Lágrimas não caem no espaço' revela sensibilidade da jovem poeta  Luiza Mussnich

Compartilhar

“Costumo brincar dizendo que vivo em estado de comoção continua. Estou sempre me emocionando, como se fosse hiperssensível. Me sinto uma outsider do banal: o que para os outros é normal, para mim não é”. Deste modo a jovem poeta Luiza Mussnich, de 26 anos, descreve a própria sensibilidade. Ela acaba de publicar “Lágrimas não caem no espaço” (7 Letras, R$ 26), seu segundo livro de poemas, que será lançado hoje às 19h na Livraria da Travessa de Ipanema.

Ela diz que começou a escrever pequena, dramatizando as aventuras das bonecas, escrevendo cartas de amor como ghost writer das amigas e rabiscando poeminhas. Aos 10 anos, compôs o primeiro livro, “O porto fantasma”. A família a incentivou tanto que chegou a produzir uma edição caseira, com tiragem de 500 exemplares. 

Na adolescência, a escritora diz que “colocava os pensamentos, êxtases e tristezas no papel. Me era muito natural traduzir sentimentos em palavras”. A?rma: “A linha entre escrever e sentir sempre me foi muito tênue. Considero minhas mãos uma extensão de meus olhos”. Em termos de poesia, cita entre os preferidos Wislawa Szymborska, Adília Lopes e Hilda Hist. Menciona também Paulo Henriques Britto, de quem foi aluna no curso de formação de escritores da PUC-Rio. Diz que gosta dos poemas assinados pelo próprio e também de suas traduções, como as de Elizabeth Bishop, “talvez melhores que o original”.

O atual livro foi escrito ao longo do ano passado, em boa parte no ar. Luiza fazia o curso de formação de escritores de Luiz Antonio de Assis Brasil, o que a obrigava a semanalmente pegar um avião para Porto Alegre. Ela diz que essa experiência de “estar em modo avião, incomunicável” foi “muito importante” para os poemas, que tratam de minúcias do cotidiano. A orelha é assinada por Lucas Viriato, editor do “Plástico Bolha”. Os comentários na contracapa são de Charles Peixoto e Nicolas Behr, da poesia marginal dos ano 1970. Behr que diz que a poesia de Luiza “não é de vidro. É escarpa, rochedo apontando no mar. Ter onde se agarrar”.

Antes, Luiza Mussnich lançou em 2016 “Um dia o amor vai encontrar você” (Id Cultural) e, em 2017, saiu “Microscópio” (7 Letras). Além de poeta, Luiza também estudou Jornalismo na PUC-Rio, estagiou na “Piauí” e contribui para a “Vogue Brasil”.