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Crítica: 'Comboio de sal e açúcar'

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Inocentes subjugados pela bala, emboscadas e duelos. “Comboio de sal e açúcar” é faroeste embalado em filme de guerra. Baseado no livro escrito pelo diretor, o gaúcho Licínio Azevedo, radicado há mais de 30 anos em Moçambique, a trama revela a guerra civil no país nos anos 1980. O trem vai de Nampula, no Norte de Moçambique, ao Malawi. O transporte é para pessoas que buscam sobrevivência e troca de sal por açúcar no país vizinho. Além de enfrentar tiros e minas dos guerrilheiros, num mundo onde direitos básicos são ignorados, militares, que estão no trem para garantir a segurança, podem ser os piores inimigos. 

Mocinhas são estupradas pelos fardados, liderados pelo tenente Salomão (Thiago Justino) que julga ter “direitos” sobre as mulheres do trem. A crueldade só é rompida pelo romance da enfermeira Rosa (Melanie de Vales Rafael) com o tenente Taiar (Matamba Joaquim). Já o comandante “Sete Maneiras” (Antônio Nipita) é uma versão africana de chefe apache, com uma visão espiritual sobre o inimigo. “Comboio de sal e açúcar” é uma oportunidade de conexão com a história do povo irmão. 

*Membro da ACCRJ

Cotação: *** (Bom)