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Cantora Badi Assad faz show em Copacabana para lançar livro de crônicas

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Cantora e musicista acostumada a passear por vários estilos e a se apresentar nos mais diferentes palcos do mundo, Badi Assad estreia na literatura com o livro “Volta ao mundo em 80 artistas” (Pólen Livros). Na edição, ela reúne crônicas que escreveu para o site e a revista “Top Magazine” sobre músicos dos cinco continentes. O lançamento no Rio acontece hoje, às 20h, na Sala Baden Powell, em Copacabana, com show que tem repertório baseado nessa pluralidade e artistas convidados.

“A primeira artista sobre quem escrevi foi a americana Tori Amos, que me influenciou muito, principalmente na minha performance ao vivo - foi quando eu tive alforria do banquinho e violão”, lembra Badi. Ela diz que depois dessa estreia, apaixonou-se pela “nova empreitada” e seguiu priorizando textos sobre os artistas que admira. “Depois, passei a abordar nomes que tinham relação com meu trabalho. Mas quando tive a ideia de fazer o livro, não queria que fosse apenas uma coletânea desses textos já publicados”, conta. 

Entre os artistas da África, Ame?ricas, Europa, Ásia e Oceania, estão nomes de variados estilos e gerações, como Amina Annabi (Tuni?sia), Sting (Inglaterra), Astor Piazzolla (Argentina), Lorde (Nova Zela?ndia), Lila Downs (México), Kodo (Japa?o), Hozier (Irlanda), Bjo?rk (Isla?ndia) e Paco de Luci?a (Espanha). Do Brasil, Elza Soares, Naná Vasconcelos, Toquinho, Fernanda Takai, Egberto Gismonti entre muitos outros. 

Em três anos de produção para a revista, Badi até tinha escrito sobre mais de 80 artistas, mas optou por esse título e formato para poder ter nomes que cobrissem todo o mundo. “Por isso há artistas que podem não ter relação com a minha carreira, mas que têm talento indiscutível. Como David Garret, violinista alemão que faz um importante trabalho de levar música clássica aos jovens”, cita. Por outro lado, Badi percebeu que as crônicas poderiam ficar mais interessantes ao incluir histórias pessoais. “Um desses momentos é com Geoffrey Oryema, músico da Uganda. Sua música me ajudou num processo de cura (em 1998 perdi 90% da habilidade de tocar violão)”. 

O livro foi finalizado em um ano e, sobre uma possível “segunda volta ao mundo”, Badi despista: “Acredite, escrevi a maior parte dele dentro de avião, tanto que agora me pego pensando no que fazer nesses períodos de deslocamento. Talvez o próximo se chame ‘Perrengues de aeroporto’, como tem história...”, brinca.

Os relatos de Badi em “Volta ao mundo em 80 artistas” despertam a curiosidade do leitor para ouvir aqueles de origens tão diversas e, em sua maioria, desconhecidos do público brasileiro. A autora “dá uma mãozinha” ao disponibilizar playlists. “Escolhi as melhores músicas de cada artista disponíveis no Spotify e também os melhores videoclipes do Youtube. São playlists enormes!”, avisa. 

Para o show em Copacabana, Badi separou um repertório que faz referências ao livro, como “Batonga”, de Angélique Kidjo, e uma música de autor desconhecido, intitulada “Lamma bada” que ela aprendeu a cantar em árabe. “Também resgato canções que gravei de Lenine e Chico César, que assina o prefácio do livro”, acrescenta. 

A apresentação, que Badi considera “a leitura musical de um livro”, terá participação da cantora Lucina - “Minha grande mestra dos tambores há 30 anos”, elogia - e de Ney Matogrosso, ambos presentes no livro. “Mandei o texto para Ney na época e ele amou, dizendo que nunca o tinham chamado de ‘vórtice’. Eu sabia que ele ia começar seu ano sabático e, assim mesmo, tive a audácia de chamá-lo para a participar do show”, conta. No palco, além da percussão de Claudinho Santana, o show de Badi terá projeções de Tatiana Travisani. “Escolhemos algumas cenas do documentá- rio do Edu Felistoque, sobre minha vida, que vai estrear ainda este ano”, diz.