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Carl Palmer apresenta legado do Emerson, Lake & Palmer

Baterista traz turnê ao Brasil e toca no Rio de Janeiro na próxima sexta-feira

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Encerrando com baquetas de ouro a “Top Cat Series”, que trouxe ao Brasil grandes nomes do rock, chega a vez do monumental baterista Carl Palmer, a bordo do seu trio ELP Legacy que toca Emerson, Lake, and Palmer. A banda não tem teclados, substituídos por ousados arranjos de guitarra, segundo Palmer, “uma forma honesta de reinventar a música do antigo trio.”

A turnê mundial Emerson, Lake & Palmer Lives On! é uma homenagem/celebração aos seus companheiros de ELP Keith Emerson e Greg Lake. O baterista vai se apresentar no próximo dia 25, no Vivo Rio e no dia seguinte, 26, no Teatro Municipal de Niterói. Na véspera, faz show no Espaço das Américas, em São Paulo. No repertório, clássicos como “Trilogy”, “Lucky man” e “Fanfare for the Common man”, entre outros.

Carl Palmer sente muita saudade dos amigos Keith Emerson e Greg Lake, ambos mortos em 2016. Emerson cometeu suicídio em sua casa em Santa Monica, em março, aos 71 anos. De acordo com sua companheira, Mari Kawaguchi, ele estava muito ansioso e deprimido em virtude das críticas ácidas que vinha recebendo pela internet, uma vez que a doença degenerativa sua mão direita estava limitando suas performances. Já Greg Lake morreu de câncer em dezembro, aos 69.

Só negócios 

Em entrevista exclusiva ao JORNAL DO BRASIL, Carl Palmer disse que não sofre quando está no palco e não vê Emerson e Lake no palco: “Não, na verdade não. A música fala por si só. É maior que nós três como indivíduos. Sinto uma enorme responsabilidade com Keith e Greg para manter a música viva e toco com a mesma intensidade (ou mais) do nos tempos do ELP. Eu penso neles o tempo todo quando estou tocando com a banda ELP Legacy”.

Ele é muito franco quando fala da relação que existia entre ele, Emerson e Lake: “O ELP não era uma banda social. Nós éramos amigos, mas, quando o ELP não estava tocando não ficávamos juntos, vivíamos as nossas vidas. Depois que a banda parou de fazer turnê, continuamos juntos como um negócio. Tínhamos algumas reuniões e conversas por telefone, porque o catálogo continuou a ser relançado e atualizado. Então, houve uma quantidade razoável de interação entre nós três, mas foi sempre sobre os negócios da banda. Agora sou eu que levo adiante o nome do ELP e pretendo continuar tocando nossa música ainda por muitos anos. A resposta dos fãs do ELP tem sido incrível, senti que devia isso a eles. Continuar”. 

A tour chega ao Brasil junto com o lançamento internacional do pacote DVD/ CD “Pictures at an exhibition”, o tributo para Keith Emerson que contou com o ex-guitarrista do Genesis Steve Hackett, o tecladista e vocalista do Vanilla Fudge, Mark Stein e o baterista David Frangioni, além do CD “Live in the USA”, ambos lançados pela BMG Music, que também relançou o catálogo da banda. 

A turnê também destaca o trabalho de Palmer nas artes plásticas, uma parceria dele com o estúdio californiano Scene Four Art. Palmer recentemente criou duas novas imagens: ‘Welcome back” (dedicada a Emerson) e “Lucky Man” (dedicada a Lake) e várias outras peças e fotos históricas, que são exibidas durante as apresentações em vídeo projetado no fundo do palco.

Power trio 

O ELP Legacy é um power trio com Palmer na bateria e percussão, Paul Bielatowicz na guitarra e Simon Fitzpatrick, no baixo. “Desde 2001, toco com meu próprio trio, trocando os teclados pela guitarra,” conta Palmer. “Eu senti que seria a maneira honesta de me aproximar da música do ELP, esse formato fez sentido pra mim. A ideia é reinventar a música.” 

Desde o final dos anos 1960 uma lenda ronda o Emerson, Lake and Palmer. Reza a lenda que Jimi Hendrix teria se aproximado do trio numa tentativa de tocar com eles, criando a HELP (Hendrix, Emerson, Lake and Palmer). Na época, Greg Lake disse que dois gênios como Emerson e Hendrix não iriam conseguir conviver.  

“Essa história não é verdadeira. Houve um boato de que Jimi Hendrix iria tocar conosco quando estávamos nos formando, em 1970, e acho que Keith poderia ter falado com ele, mas nada aconteceu. Ele nunca nos procurou e nunca tocou conosco. No nosso primeiro grande show, na Ilha de Wight, em 1970, Jimi também tocou no festival. Isso foi o mais próximo que chegamos, mas sequer nos vimos durante o festival. Não é verdade essa história. Nunca conhecemos o Jimi.” 

O baterista pediu ao produtor brasileiro Steve Altit, responsável pela turnê por aqui, para levá-lo a projetos populares de ensino de música nas comunidades carentes. Ele quer organizar uma clínica de bateria. 

*Jornalista ([email protected])

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Serviço 

ELP Legacy – Carl Palmer Trio • Ingressos: R$ 190 a R$ 320 • Rio de Janeiro • Sexta (25), às 22h • Vivo Rio (Av. Infante Dom Henrique, 85 - Parque do Flamengo •  Tel.: 2272-2901 • Niterói • Sábado (26), às 20h • Teatro Municipal de Niterói (R. Quinze de Novembro, 35 – Centro, Niterói; Tel: 2620-1624)