ASSINE
search button

"Duas mulheres e a dança da vida", destaca crítica sobre “Acertando o passo”

Compartilhar

As irmãs Sandra e Bif escolheram caminhos diferentes na vida. Uma se casou e virou lady. A outra escolheu a liberdade. Em “Acertando o passo” (‘Finding your feet’, no original), o diretor Richard Loncraine constrói a história dessas duas mulheres como uma trama de redescoberta. Lady Sandra vive numa linda casa britânica e cercada por uma sociedade de aparências. Numa festa, flagra o marido com outra mulher, roda a baiana e parte para Londres. A casa de Bif será muito mais que um local de fuga. 

A trama revela duas senhoras que ficaram distantes por dez anos. No entanto, as diferenças são superadas pelo acolhimento e o amor fraternal que estava adormecido. Bif é libertária e está pouco ligando para as convenções sociais. Sandra vai descobrir que a vida é muito maior do que um marido, uma bela casa e títulos de nobreza. É numa aula de dança da Terceira Idade que a ex-lady vai encontrar a alegria e o afeto que os 40 anos de casamento pouco proporcionaram.

Com uma trama simples, dirigida com bom humor por Loncraine (do ótimo “Ricardo III”, com Ian McKellen), o longa derrapa em algumas soluções batidas do roteiro de Nick Moorcroff e Meg Leonard, que impedem o filme de ser algo maior. No entanto, além de mostrar Londres e Roma com elegância, “Acertando o passo” tem um trio de grandes atores na melhor tradição dos palcos britânicos. É um deleite ver Imelda Staunton, como Sandra, Celia Imrie, como Bif, e Timothy Spall, no papel de Charlie. Veteranos com talento especial para uma temática que o cinema poucas vezes se dedica. O mundo real com closes de rugas e corpos flácidos. A vida plena cheia de alegria e gozo da Terceira Idade.

*Ana Rodrigues é membro da ACCRJ