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Ruínas da Fortaleza de Morro de São Paulo são entregues restauradas

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Apoiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com R$ 12,2 milhões, em recursos da Lei Rouanet, o projeto de restauro e requalificação das ruínas da Fortaleza de Morro de São Paulo foi inaugurado no último sábado, 20, às 9h, no povoado localizado na ilha de Tinharé, em Cairu (BA).

Implantado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul da Bahia (Ides), uma organização social de interesse público (Oscip), voltada para o desenvolvimento integrado e sustentável dos municípios da microrregião Baixo Sul, o projeto promove o desenvolvimento das cadeias produtivas locais ligadas ao turismo, gastronomia, artesanato e patrimônio imaterial em geral.

As intervenções contempladas no projeto ocorreram em duas etapas. A primeira, executada entre 2009 e 2012 consistiu da recuperação de 678 metros de muralhas em cantaria situadas à beira-mar, que apresentavam avançado estado de deterioração, com trechos desabados, afundamentos e perda de material estrutural.

Na segunda etapa, executada de 2015 a 2017, as edificações do conjunto fortificado foram restauradas e receberam a estrutura necessária para serem convertidas em equipamento cultural. Assim o antigo forte se tornou apto para a apresentação de espetáculos que valorizem a cultura local.

Estrutura – O forte agora abriga um espaço multiuso, lúdico e educativo. O passado da região será relembrado por meio de um memorial. Haverá exposição e comercialização de produtos típicos, impulsionando os empreendimentos da economia criativa: artesanato, culinária tradicional e apresentações artísticas. Um anfiteatro a céu aberto (desmontável) permitirá um calendário de eventos de música, dança e teatro, entre outras artes.

O monumento restaurado receberá visitas individuais ou em grupos, podendo ser guiadas. Também haverá visitas guiadas de turistas ao sítio ampliado do Sistema Fortificado do Morro de São Paulo, compreendendo ruínas e achados arqueológicos, no Outeiro do Farol. Os visitantes terão acesso a conhecimentos referentes à história do monumento e ao contexto histórico da sua existência, bem como noções de educação patrimonial e ambiental.

Cerca de 20 postos de trabalho temporários foram gerados na fase de obras. Após a inauguração, outros 50 empregos diretos deverão ser criados. Foram beneficiados, além do forte, o Portaló (pórtico na entrada do monumento, passagem obrigatória para os visitantes que chegam à ilha pelo cais principal), o Corpo da Guarda (também na entrada do monumento, passando a abrigar um núcleo de orientação e recepção aos turistas) e o caminho junto à muralha, que foi reurbanizado.

A Fortaleza do Morro de São Paulo constitui um dos mais extensos sistemas defensivos do país. O sistema fortificado começou a ser construído em 1630 e passou por diversas expansões até meados do século 18. Sua origem está relacionada à necessidade de proteção do canal de Tinharé, por onde escoava a produção de importantes centros de abastecimento da antiga capital, como as vilas de Cairu, Camamu, Boipeba e a atual Itacaré, na época do Brasil Colônia.