ASSINE
search button

Laura Finocchiaro no show Eletrorgânica

Compartilhar

No início dos anos 80, com o país  em gradual abertura política e o pop em ascensão, uma mulher fazia canções em que misturava sonoridades até então inusitadas – e que ganhariam o as pistas de dança anos depois. E chamou a atenção de nomes como Cazuza e Caio Fernando Abreu, dos quais veio a ser parceira musical, e foi cantada por Ney Matogrosso (“Tudo é amor”, com Cazuza) e Elza Soares (“Hino à diversidade, com Glauco Mattoso). Na década seguinte, era comum ouvi-la nas pistas de clubes modernos do Rio e de São Paulo. Essa mulher é a gaúcha Laura Finocchiaro, que, em fevereiro deste ano, quebrou longo jejum sem se apresentar no Rio. No show, no Beco das Garrafas, lançava seu mais novo EP, “Eletrorgânica (Vol.2)”, no qual traz faixas do CD anterior, “Copypaste”, remixadas por grandes DJs. Naquela noite, muita gente voltou da porta, o que levou a casa a convidá-la para quatro novas apresentações mensais. Essa mini temporada será encerrada, dia 21, quarta-feira, em show que contará com as participações do poeta Jorge Salomão, da cantora Patrícia Mellodi, do percussionista Ramsés e das bailarinas Jacqueline Roversi e Daphine Madera.

No repertório, faixas do novo EP como “Eletrorgânica”, “Cirandar” e “Todo mundo pro mundo”, música que a  norteou na ideia do novo show, no qual expõe seu olhar sobre (e para) o mundo. E Laura não dispensa as boas companhias neste show de encerramento. Ela apresenta “Olhos fechados”, sua primeira parceria com o poeta Jorge Salomão, que falará poemas na ocasião. A parceria será apresentada em dueto com a cantora Patrícia Mellodi. Clara Nunes será lembrada no clássico “A deusa dos orixás” (Toninho Nascimento/Romildo Bastos), número que contará com as participações das bailarinas Jacqueline Roversi e Daphine Madera. As referências à cultura africana continuam com “Meci, bon Dieu”, canção da Martinica que será cantada no dialeto criolo, e “Vida dura”, adaptada por Laura de tema da cultura sul-africana. Nos dois temas, terá a companhia do percussionista Ramsés, outro convidado da noite. Ambos os temas foram apresentados por ela no Rock in Rio II, quando abriu a noite para o hoje saudoso Prince.

Laura também revisita sua trajetória em canções como “Tudo é amor”, sua parceria com Cazuza, “Gata de rua”, que a consagrou nos anos 80, e “Dinheiro”, sua parceria com Leca Machado. É de Leca, aliás, o poema “Criação”, ouvido numa colagem musical com “Pavão Misterioso”, clássico de Ednardo. O texto é uma homenagem da autora à trajetória da cantora que completa este ano 35 anos na estrada. Outro texto em homenagem à artista é o poema gravado pelo escritor e jornalista Christovam de Chevalier,  cujos versos (“Estar a salvo não condiz com sua história/Ela atravessa o corredor da noite escura/ Amanhecer não significa uma vitória”)  servem como um prólogo à apresentação. Homenagens à parte, Laura não quer deitar sobre os louros. Mas quer festejar seus  35 anos de resistência na cena musical. E está muito bem acompanhada por  Elir Filho (guitarra), Tamara Janson (baixo), Rui Lessa (bateria), Artur Rodrigues (flautas) e pelo vocais de Ana Maura e Riko Vianna, que integram sua Banda Larga. E essa conexão faz com que  o ouvinte navegue por um mar sonoro  agitado ?-  no bom sentido da palavra. Que soem  os  acordes!

Serviço:

Show Eletrorgânica --  Laura Finocchiaro

Data e hora: 21 de junho, quarta-feira, às 21h

Local: Beco das Garrafas (R. Duvivier, 37, Copacabana. Tel: 2543-2962)

Ingresso: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)