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Sandra Poretlla convida Monarco: “Se eu falar da Portela, hoje não vou terminar”

Cantora mineira recebe baluarte da Portela em seu primeiro show no Rio

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A ligação de Sandra Portella com o samba vem de berço. Literalmente. Filha dos compositores Lecy do Samba e de Valdir Delgado (Guida Tirote), ligados à Juventude Imperial e à Imperatriz Leopoldinense, respectivamente, a hoje cantora mineira cresceu ouvindo o que havia de melhor no gênero. E não demorou a fazer do samba seu ganha-pão. Ela, que trabalhou como caixa de supermercado, viu sua voz firme projetá-la não só em Belo Horizonte, onde deu seus primeiros passos musicais, como fora de Minas.  Sua fama suscitou convites para vir ao Rio participar de rodas no Clube do Samba e Samba do Trabalhador, entre outras. No sapatinho, cativou nomes como Alcione, Martinho da Vila e o maestro Rildo Hora. E chegou a hora de Sandra fazer seu primeiro show no Rio. A moça solta o vozeirão, dia 29 (sexta), no Carioca da Gema, onde terá como convidado o ilustre compositor Monarco. 

No show, a artista vai homenagear grandes compositores da Portela (a começar por seu convidado), além de mostrar um pouco do muito que ouviu e assimilou do gênero. O público pode esperar clássicos de Cartola, Zé Keti, João Nogueira, Zeca Pagodinho e Paulinho da Viola, compositor que sempre admirou e a quem vem dedicando especial atenção atualmente: “O samba dele é mais elaborado, artesanal mesmo”. Não faltarão também canções imortalizadas por Clara Nunes, uma de suas principais referências como cantora, e de quem aprendeu a gostar em casa, por influência da mãe. 

Por falar nisso, o sobrenome Portella não vem de família e surgiu graças a uma brincadeira. No tempo em que trabalhou como caixa de supermercado, Sandra tinha uma colega portelense que costumava provocá-la gritando o nome da escola. Não demorou para o nome colar nela. Foi no supermercado, onde cantava no vestiário, que a voz da cantora começou a ganhar fama. A ponto de chegar aos ouvidos do crítico Joel Oliveira, que deu o pontapé que Sandra precisava para assumir a porção artística. Os shows em Santos Dumont e Juiz de Fora começaram a botar gente pelo ladrão, e a cantora recebeu convites para integrar a banda Angu de Caroço e a se apresentar ao lado de Flavinho da Juventude. 

Foi pelas mãos do samba que Sandra cantou com alguns de seus ídolos e com os autores que admira. O dueto com Alcione, no palco da Juventude Imperial, foi inesquecível. Sob a batuta de mestre Rildo Hora, Sandra gravou “Sala de recepção”, segunda faixa do CD “Sambas para a Mangueira”, recém-lançado pela Biscoito Fino com produção de Nilcemar Nogueira, neta de Cartola. No show de lançamento, no Imperator, Sandra teve seu timbre elogiado de viva voz por Milton Cunha, mestre de cerimônias do evento.  Sandra é do ramo e tem no samba seu principal estandarte. “Minha relação com o samba é total. Hoje, vivo do samba e busco conhecê-lo cada vez mais”, diz. Sandra Portella pede passagem. Abram alas! 

Serviço: 

Sandra Portella convida Monarco: “Se eu falar da Portela, hoje não vou terminar” 

Músicos: Caetano Brasil (sopro), Marcelo Mattos (violão), Rafael Crespo (cavaco), Todynho (percussão) e Rogerson (Percussão) 

Data e hora: 29 de Julho (sexta), às 22h30m 

Local: Carioca da Gema (R. Mem de Sá, 79, Lapa Tel: 2221-0043) 

Ingresso: R$ 30