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A “Amazônia Subterrânea” floresce em 12 de julho, no CCJF 

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Em comum, a música, acima de tudo, e a amizade, que faz com que a maioria dos encontros termine em música. O cantor e compositor Thiago Thiago de Mello será o segundo dos três artistas selecionados por edital para levar os seus trabalhos no Centro Cultural Justiça Federal (CCJF). Ilessi abriu a trilogia em maio e Luiza Borges a encerrará, em novembro. No dia 12 de julho, às 19h, será a vez de Thiago Thiago de Mello cantar o repertório do seu “Amazônia Subterrânea” para o público do Centro do Rio. Ingressos a R$ 30.

É um projeto para além do disco, que Thiago gravará ainda este ano – ele tem dois álbuns com a banda Escambo: “Flúor” (2009) e “Neón” (2013). Nascido no Leblon, cidadão do Humaitá, o professor investe tempo, pesquisa e criatividade nesta coleção há cerca de três anos e meio. “Comecei a compor de maneira mais consciente sobre a Amazônia, onde morei na infância e para onde retorno todos os anos. Passei a ouvir mais sistematicamente outros compositores de lá, enchi a minha casa de plantas... Mexer com a floresta é sintonizar com a espiritualidade e a gente muda no processo”, avalia.

 Ele conta que fez mais de 40 músicas em 2014, uma produção incomum. “Abri um canal e, entrando na Amazônia, entrei na história da minha família. Fui na casa do meu pai e encontrei pastas com documentos. Comecei a ler cartas da minha avó para o meu pai, que está agora com 90 anos, do meu bisavô para o meu avô. São cartas escritas em 1904! Abria e pulavam traças e eu lia cada vez mais interessado naqueles assuntos todos, dos quais sou herdeiro. Virei madrugadas devorando esses registros e descobri, por exemplo, que muitos antepassados tiveram inclinações musicais. Foi o que me deu fôlego para aprimorar essa pesquisa”, diz, lembrando que “o Brasil não conhece o Brasil”, como cantava Elis Regina, e a Amazônia, pulmão do mundo, riqueza do nosso país, é desconhecida para a maioria dos brasileiros. 

A música de Thiago se ocupa de dar possíveis respostas para questões elementares (e fundamentais), como: Quem somos nós? E para que estamos aqui? “Já existe uma geração trabalhando com esse tipo de música que a gente faz, na contramão do mainstream. É muito investimento, pouco retorno financeiro. A gente trabalha muito pra conseguir shows e tocar os nossos projetos. Mas ainda é muito desproporcional. A recompensa vem de outras formas", pontua. 

Talvez por isso, a vontade de imprimir um certo ritmo na propagação da sua música pelas redes, através da Rádio Chama – ele é integrante do Coletivo Chama –, e dos vídeos que vem publicando, desde janeiro, sempre na primeira quinta-feira de cada mês, nas suas páginas no YouTube e no Facebook. “A ideia veio a partir da experiência com os meus alunos, que assistem a milhares de vídeos curtos por dia, e, ao mesmo tempo, prestigiam os meus shows, prestam atenção nos artistas que indico. Já temos vídeos prontos para subir até setembro e estou adorando fazer isso”. 

Para o show no CCJF, o artista separou 15 composições, entre elas “Vingança de cunhã”, gravada pela banda Pietá e por André Muato, “Certezas inacreditáveis”, que nomeará o segundo disco da Luiza Borges, a ser lançado ainda este (o primeiro, “Romanceiro”, é de 2012) e “Que nem Japiim”, as duas últimas, em parceria com Edu Kneip. Japiim tem um conceito interessante: É um pássaro que imita os sons de outros pássaros, cobras e onças, porque ele mesmo não tem um som original. 

Faz parte desse processo de buscar a própria voz que aproxima os três jovens artistas. Neste show, Thiago Thiago de Mello será acompanhado por Bernardo Aguiar na percussão/eletrônicos ele também participou dos shows da Ilessi e está no próximo disco da Luiza) e Diogo Sili na guitarra elétrica (que toca violão no show da Ilessi). 

Thiago Thiago de Mello no CCJF, serviço 

QUANDO: 12 de julho, terça-feira, às 19h

ONDE: Centro Cultural Justiça Federal (CCJF) – Av. Rio Branco, 241, no Centro. A bilheteria funciona de terça a domingo, das 12h às 19h, e atende no: (21) 3261.2565

QUANTO: Ingressos a R$ 30 (inteira), com meia-entrada (R$ 15)

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