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Mostra gratuita reúne filmes dedicados à cultura negra 

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Celebrar a própria identidade e se colocar como protagonista da indústria cinematográfica. Esse é o mote dos filmes produzidos pelo movimento Blaxploitation, estilo que fez sucesso nos Estados Unidos na década de 1970, revelando um cinema feito majoritariamente por negros e direcionado a um público negro, que revelou grandes nomes do cinema. O Cine Humberto Mauro, que fica no Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro) resgata esse importante momento cultural durante a mostra Universo Pulsante da Blaxploitation, um recorte que reúne obras icônicas como “Sweet Sweetback's Baadasssss Song” (1971), “Shaft” (1971) e “Foxy Brown” (1974). 

A mostra é gratuita e os ingressos devem ser retirados 30 minutos antes de cada sessão. Os filmes ficam em cartaz até o dia 22 deste mês. Para conferir a programação completa, acesse o site fcs.mg.gov.br.

Para o gerente de Cinema da Fundação Clóvis Salgado e curador da mostra, Philipe Ratton, a principal motivação de atores, diretores e produtores da época era reivindicar o espaço do negro dentro e fora das telas. “Aqueles que estavam envolvidos na produção desses filmes gostariam de se ver como protagonistas, de ver sua cultura, seus anseios e questões pulsando na tela do cinema”, destacou.

Serão exibidos 22 filmes em formato digital e que marcaram a década de atividades da Blaxploitation. Além dos títulos já citados, destaque para “O Chefão de Nova York” (1973), de Larry Cohen, “Mandingo - O Fruto da Vingança” (1975), dirigido por Richard Fleischer, e o único documentário da mostra, “Wattstax” (1973). Dirigido por Mel Stuart, a obra narra a história do festival de música de mesmo nome realizado em Los Angeles, em 1972, considerado o Woodstock Negro.

A origem do estilo se confunde com acontecimentos que transformaram a sociedade norte-americana na segunda metade do século 20. Após o movimento migratório dos afro-americanos do sul, fugindo da onda segregacionista que a região ainda vivia, muitos passaram a morar em comunidades das grandes cidades do Norte dos Estados Unidos. Com esse êxodo, surgiram os guetos que abrigavam uma pulsante manifestação cultural e étnica da sociedade americana e que, em pouco tempo, seriam inspiração para muitos roteiristas e diretores.