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Pedro Paulo Rangel, Camilla Amado e grande elenco em comédia de Shakespeare

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Laços desfeitos em nome de ambições pessoais. Uma paixão avassaladora. Uma personagem que troca de identidade e coloca o amor do pretendente à prova. Interesses amorosos correspondidos ou não.  Um final feliz. Coisas de novela? Poderiam ser se não tivessem saído da cabeça de um gênio do teatro em idos do século XVII.  Essas e outras situações compõem a trama de “Como a gente gosta” (“As you like it”), comédia de William Shakespeare dirigida por Vinicius Coimbra e cujo elenco traz Pedro Paulo Rangel, Camilla Amado, Priscila Steinman e Gabriel Falcão, entre outros nomes dos palcos e da TV. A montagem faz sua estreia nacional dia 07 de maio, no Teatro dos Quatro, onde poderá ser assistida até 05 de julho, antes de seguir para São Paulo.

A montagem é especial para vários dos artistas envolvidos. Trata-se do reencontro no palco entre Pepê (apelido de Pedro Paulo) e Camilla 42 anos depois de atuarem em “As desgraças de uma criança”, de Martins Pena. Sem falar que é o terceiro Shakespeare nas carreiras dos dois. Enquanto Pepê atuou em “Romeu e Julieta” e em “O mercador de Veneza”, Camilla tem um “Hamlet” e a direção de “Otelo” no currículo. Na peça, Pepê é o Bobo e Camilla se divide entre Ada e Audrey – assim como outros do elenco. Quem também volta a beber no bardo é Priscila Steinman, cuja primeira incursão no universo do autor foi com “A tempestade”. No caso de Vinicius, a encenação tem um valor especial: numa carreira que soma 15 anos, é sua primeira direção para teatro. Natural que estréie com um texto shakespereano.

Não vem de hoje o fascínio que a obra desse autor exerce sobre Coimbra. Ele costuma mergulhar na obra do bardo inglês entre um trabalho e outro para a TV Globo, onde dirigiu novelas como “Insensato coração”e “Lado a Lado” – detentora de um EMMY, prêmio máximo da TV mundial. E a vontade de fazer um Shakespeare só ganhava  força. A trágica trama de “Macbeth” inspirou, por exemplo, o roteiro do longa “A floresta que se move”, que acaba de filmar . O teatro não tardaria por esperar. 

No caso de “Como a gente gosta”, tudo começou com Rosalinda. Foi movido pela curiosidade pela personagem que Vinicius chegou ao texto. Mais exatamente pelas mãos de Harold Bloom, tido como o mais respeitado estudioso de Shakespeare. Dois anos atrás, durante a leitura de “A invenção do humano”, no capítulo dedicado a “As you like it”, chamaram sua atenção as observações sobre a heroína.  E acabou fascinado por outro aspecto do texto: o fato de tratar do amor e suas diferentes formas. “Ao trazer pares variados, a peça brinca com os gêneros. Não só traz diferentes visões sobre o amor como mostra muito do comportamento humano. Algo totalmente atual”, analisa o diretor.

E a atualidade do texto levou-o a optar por uma montagem contemporânea. A começar pela tradução e adaptação, assinada juntamente com Gabriel Falcão, com quem trabalhou em “Malhação”. Tendo ganhado títulos que vão de “Como gostais” a “Como quiserem”, a peça virou nas mãos da dupla “Como a gente gosta”. “Quisemos com isso manter o aspecto irônico do texto. O olhar do público importa, mas quisemos também nos incluir nesse olhar. Fica mais humilde”, reconhece Vinicius. A retórica arcaica de antigas traduções deu lugar a um vocabulário atual, tendo preservado falas rimadas e uma peculiaridade do autor: a de grande frasista. “A tradução muito literal pode afastar o público, e isso não é o que queremos”, observa. O convite está feito.

Serviço:

Temporada: 7 de maio a 5 de julho , de quinta a domingo

Horários: 21:30 (quintas, sextas e sábados) e às 20h (domingos)

Ingressos: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia entrada para os casos previstos em lei)

Local: Teatro Dos Quatro -Shopping da Gávea(R. Marquês de S. Vicente, 52/ 2º piso. Tel: 2239-1095)