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Jana Linhares lança 'TecnologiAmor' nesta terça no Solarde Botafogo

Primeiro álbum da cantora tem participações especiais deDona Ivone Lara e Lenine

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Jana Linhares sempre soube onde queria chegar. Sabia exatamente que tipo de música fazer, com quem e para quem. Mas até se entregar por inteiro aos seus ideais sonoros, percorreu caminhos paralelos, dentro e fora da música, dentro e fora do Brasil. “TecnologiAmor”, o primeiro disco, traz encantamentos. Desde o título, já comunica qual é o seu fio condutor: “Acredito na música sensorial, na vibração completa, no grave que bate forte e balança a roupa, no som que aproxima as pessoas”, diz a cantora e compositora. O show de lançamento será em 21 de outubro, às 21h30, no Teatro Solar de Botafogo, com ingressos a R$ 40.

Influenciada por artistas como Björk, Portishead e Goldfrapp, Jana Linhares deslizou suavemente pela onda eletrônica. “Sempre me vi cantando num clima como o deles, meio viajante, meio lounge, usando em miúdos as potencialidades da voz e dos timbres. Desde sempre sabia que a minha sonoridade era eletrônica, não apenas um som para rave, mas uma viagem na textura sonora, na desconstrução do som”, explica.

 Para transformar o desafio em arte, trabalhou ao longo dos últimos anos com o produtor musical e marido Rodrigo Campello, literalmente o pai de “TecnologiAmor”. “Ele era a melhor pessoa para fazer o disco, mesmo. Temos anos de conversas sobre música, falamos a mesma língua. Foi um desafio para ele também, um reconhecido produtor de cantoras da MPB, construir e criar melodias para um trabalho sem violão, fincado nas batidas eletrônicas”, diz Jana.

O resultado é um surpreendente álbum de estreia, com músicas que despertam sensações. Sim, estimular os sentidos é a intenção da cantora. “A música tem um caminho tão direto com as pessoas que perfura a barreira do intelectual. Toca fundo nos sentimentos e marca momentos de vida de uma forma tão forte que quando a pessoa ouve uma música ela sente um cheiro, vê a cena e se remete a sensações muito fortes, inclusive corporais”, sugere. “Tem um exercício na aula de canto chamado ‘ambiente emocional’, no qual criamos a persona que vai cantar aquela música. Esse exercício está em cada faixa do disco”.

O principal desafio da dupla foi equalizar a suposta frieza do virtual com a temperatura dos sentimentos reais. “As gerações mais recentes são muito tecnológicas, mas correm o risco de ficarem vazias sem calor e emoção. Acredito que o ser humano é a união dos pólos e a proposta do ‘TecnologiAmor’ resume bastante isso. Cheguei a esta ideia assistindo ao clipe de ‘All is full of love’, da Björk, no qual dois robôs se apaixonam. Sou moderna, high tech e adoro uns chips e bytes, mas também me vejo como romântica, ouço Roberto Carlos e preciso sentir a pele e o amor. Então, por que não expressar esse amor através da música eletrônica?”.