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Mostra Future Ocean revela curiosidades e problemas nos oceanos

Até o dia 17 de agosto, o Museu Naval exibe a exposição sobre o futuro dos oceanos

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Cientistas marinhos de Kiel, na Alemanha, estão pesquisando as mudanças dos mares do mundo e suas consequências para a humanidade, em conjunto com parceiros de vários países, inclusive do Brasil. Parte do resultado desse trabalho está na exposição Future Ocean, que acontece até 17 de agosto no Museu Naval, na Praça XV, centro do Rio. A entrada é gratuita e o museu funciona de terça à domingo, das 12 às 17 horas

A mostra apresenta temas como observação de ecossistemas marinhos, pesca predatória, acidificação dos oceanos, absorção de carbono pelos oceanos, exploração das costas, recursos minerais no solo oceânico e o impacto da poluição no mar. Com jogos interativos, a exposição chama a atenção de crianças, jovens e adultos para a responsabilidade que cada um precisa ter com o futuro dos oceanos.

A mostra é realizada pelo Cluster de Excelência Future Ocean da cidade de Kiel e pelo Centro Alemão de Ciência e Inovação São Paulo (DWIH-SP). O Cluster é uma rede com mais de 200 cientistas da Universidade Christian Albrecht, do Centro Helmholtz de Oceanografia GEOMAR, do Instituto de Economia Mundial e da escola superior de belas artes Muthesius Kunsthochschule, todos sediados em Kiel. Eles se uniram para investigar e avaliar em conjunto as oportunidades e os riscos relacionados à alteração dos oceanos e transmitir os resultados ao público. Já o DWIH-SP tem, entre suas tarefas, divulgar no Brasil instituições alemãs de pesquisa científica, em busca de pesquisadores brasileiros para projetos conjuntos.

O objetivo dos estudos do cluster consiste em contribuir para uma gestão global e sustentável dos oceanos. Com uma abordagem interdisciplinar, estão sendo investigados de forma pioneira os aspectos científicos, econômicos, jurídicos e sociais da exploração dos oceanos. Em foco estão as possibilidades de uma gestão pesqueira compatível com a sustentabilidade do meio ambiente, questões relacionadas com o papel dos oceanos na mudança do clima, a pesquisa de recursos minerais marinhos e o estudo de riscos de catástrofes naturais nas regiões costeiras.

A exposição Future Ocean contará com varias atrações para retratar esses estudos. Entre elas estão módulos interativos, que permitem os visitantes avaliar, realizando algumas pescarias, quais são as graves consequências de uma pesca predatória. Códigos QR dão acesso a informações complementares via telefones celulares.

Haverá também a presença de rochas retiradas de ambientes a mais de 4.000 metros de profundidade, as quais o grande público raramente pode ver, como nódulos de manganês, hidratos de metano congelado, que são inflamáveis e podem servir no futuro de fonte energética, e fumarolas negras, verdadeiras chaminés submarinas por onde saem substâncias fruto do contato da água com magma que, solidificam-se formando estruturas ricas em minérios.

Na mostra, as pessoas terão oportunidade de conhecer também uma miniatura do submarino Jago, utilizado pelo instituto de pesquisa GEOMAR em regiões onde há necessidade de mergulhos até 400 metros. Enquanto a maioria dos submarinos de pesquisa é robotizada, este é o único da Alemanha dirigido por um tripulante que desce ao fundo do mar vendo tudo por uma redoma de vidro.

Um globo terrestre, com um metro e meio de altura e em alto relevo, chamará a atenção logo na entrada do salão. A peça revela as irregularidades da superfície terrestre, das fossas abissais aos picos do Himalaia, e, por poder ser tateada, é uma grande atração também para deficientes visuais.

Os visitantes terão também à disposição dados sobre a ação do lixo nos mares e o tempo de decomposição de cada material. São informações alarmantes. O lixo produzido mundialmente a partir dos bens de consumo cotidianos está alcançando dimensões inimagináveis. Grande parte desse lixo vai parar no mar. Especialmente problemático é o plástico. Segundo estimativas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), mais de 6,4 milhões de toneladas de plástico por ano chegam aos oceanos. Em alguns casos, o tempo de decomposição é de centenas de anos. Sobretudo as garrafas de plástico e as linhas de pesca são extremamente duradouras. Animais marinhos podem se estrangular, engolir lixo, sufocar ou morrer de fome. Além disso, através da absorção de micropartículas são introduzidas substâncias químicas nocivas nas redes alimentares marinhas.

Nos oceanos existem enormes tapetes de lixo. Porém, somente 15% do lixo flutua à superfície, 70% desce para o solo marinho e outros 15% chega à costa. O lixo flutuante vai se acumulando no meio dos oceanos - por exemplo no norte do Oceano Pacífico entre o Havaí e a América do Norte. O "Great Pacific Garbage Patch" é como os oceanógrafos chamam o maior redemoinho de lixo conhecido, com uma largura de várias centenas de quilômetros. Para escolas, a exposição possui uma oferta especial com material didático sobre o tema, inclusive sugestões para experimentos.

A exposição "Future Ocean - Uma exposição científica sobre os mares em turnê pelo Brasil" já esteve em Fortaleza, em maio e junho, como um dos destaques do encerramento da "Temporada Alemanha + Brasil 2013-2014", ao lado de um workshop Brasil-Alemanha entre pesquisadores dos dois países para planejar o futuro da cooperação científica bilateral em oceanografia. Em menos de três semanas, a Future Ocean recebeu mais de 200 visitantes por dia na capital cearense. Depois do Rio de Janeiro, a exposição vai para Natal (RN), Itajaí (SC) e possivelmente São Paulo.

O Museu Naval Localiza-se na Rua Dom Manuel, 15, Praça XV, Centro - Rio de Janeiro. Mais informações e Agendamento para grupos: segunda a sexta - 2532-5992 / 2233-9165 ou [email protected]