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Musical de Guta Stresser aborda 'bullying' e respeito às diferenças

“O médico que tinha letra bonita” estreia no próximo dia 16

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Todo mundo já foi alvo da chacota de colegas de classe ou mesmo dos amigos de infância. O que hoje é conhecido como bullying é um dos muitos temas tratados em  “O médico que tinha letra bonita”, musical dirigido por Guta Stresser e no qual ela contracena com Vinicius Moreno (o Florianinho do seriado “A grande família”), Érica Migon e com  Nervoso (nome artístico do músico André Paixão), idealizador e diretor musical da montagem. Com dramaturgia assinada por Pedro Brício (Prêmio APCA pelo infantil “O menino que vendia palavras”), o espetáculo, patrocinado por Furnas Cultural, estreia, dia 16 de outubro no Espaço Sesc, em Copacabana.  No palco estará também uma banda cujos integrantes dão voz a outros personagens da trama.  

Vinícius faz aos 14 anos sua estreia nos palcos na pele de Tom, menino cujo comportamento apresenta mudanças. Ter abandonado a escolinha de futebol ou descuidado do bom desempenho escolar são alguns deles.  O mais evidente (e estranho) dos sintomas é o fato de que seus pés movem-se como se quisessem extravasar algo. É levado então ao médico pela mãe (Érica Migon), que deseja saber se o menino é alvo “dessas perseguições que acontecem nas escolas”. Durante a anamnese, Tom nota naquele médico uma característica raríssima: ter a letra bonita. O doutor lhe revela o fato de sua letra bonita ter feito dele alvo de provocações na infância. “Não é fácil ser diferente”, atesta antes de recomendar a Tom que encontre uma forma de extravasar seu talento (no caso a dança). “Descubra sua caligrafia”, aconselha. 

A ideia da peça surgiu na cabeça de Nervoso após justamente uma visita ao oculista. Preenchida a receita, desabafou a respeito de os médicos não terem letra bonita. “Alguém tem de levar isso para o palco. E não serei eu”, devolveu-lhe o especialista. Foi a deixa para que temas como ser diferente, a descoberta de uma vocação ou a formação social de um indivíduo povoassem a cabeça do músico , que criou as primeiras canções daquilo que não sabia ainda se seria um show, uma peça ou as duas coisas. A primeira leva de canções foi testada, em 2011, justamente num show beneficiado por edital de um banco privado. Sem o mote lhe dar trégua, Nervoso compôs nova safra, levada à Sala Funarte de São Paulo, no ano seguinte.

E o fato de as canções terem surgido antes do texto diz muito sobre a concepção cênica. Não à toa que Guta e Nervoso referem-se à montagem como uma peça-show ou vice-versa. “Não se trata de um musical convencional, com maestro e orquestra no fosso, essas coisas. Quero a integração entre músicos e atores. Tanto que os músicos também são personagens. A ideia inicial é que todos usem um figurino-base sobre o qual serão adicionados acessórios, dependendo do personagem que interpretam”, explica Guta em sua terceira direção teatral e  a primeira à frente de um musical.

O novo desafio pode até provocar nela aquele friozinho na barriga. Guta não teme buscar, como o pequeno Tom, uma (nova) caligrafia. Falando no menino, ele volta, tempos depois, ao médico. Quer mostrar ao amigo a música inscrita por ele no festival que o colégio prepara para o Dia dos Pais. E vai além: como seu pai viaja muito a trabalho, sugere que o amigo o substitua na homenagem. E como o médico sai dessa? Só indo ao Sesc Copacabana para saber.

 Ficha técnica:

Estreia: 16/10 (quarta), às 14h30

Datas e horários:

Primeira semana: Quinta (17) às 10h30 e às 14h30; sexta (18 ), às 10h30; sábado e domingo (18 e 19), às 16h.

Segunda semana: terça (22), às 14h30; quarta (23), às 10h30; quinta (24), às 14h30; sexta (25), às 10h30; sábado (26) e domingo (27), às 16h.

Local:  Espaço Sesc (Rua Domingos Ferreira, 160, Copacabana. Tel: 2548-1088/ 3816-6200)