ASSINE
search button

Delegado: críticas de fãs do C. Brown teriam motivado suicídio de Champignon

Compartilhar

Esgotado com a carreira e precisando de férias, Chorão – momentos antes de morrer de overdose, em 6 março – teria comunicado ao Charlie Brown Jr que Champignon seria o único capaz de assumir os vocais da banda, disse o delegado Danilo Alexíades, que investiga a morte do baixista. Segundo depoimentos colhidos pelo delegado, as críticas dos fãs da banda teriam sido o principal motivo para que Luiz Carlos Leão Duarte Júnior desse um tiro na própria cabeça, em seu apartamento no Morumbi, São Paulo, na última segunda-feira (9).

“Testemunhas falaram que até o Chorão, pouco antes de morrer, teria reunido a banda para falar que estava esgotado, precisando de férias, e Champignon seria o único capaz de assumir os vocais da banda”, disse Alexíades ao Terra.

“Ele estava muito abalado pelo fato de ser duramente criticado pelos fãs na internet, que até criaram páginas em redes sociais chamando-o de traíra, por ter assumido o vocal da banda menos de um mês após a morte de Chorão”, contou o delegado. Para ele, a discussão de Champignon com a mulher, Cláudia Bossle Campos, em um restaurante momentos antes, não teria sido o estopim do suicídio do músico.

Alexíades já ouviu 12 testemunhas – o zelador, o porteiro, o síndico e dois moradores do prédio de Champignon, além da irmã, mulher, empresária e o casal de amigos que estava no restaurante. O delegado ainda pretende ouvir os outros membros da banda.

Com o retorno dos laudos técnicos da perícia, o delegado espera concluir a investigação dentro do prazo de 30 dias. 

O caso

Luiz Carlos Leão Duarte Junior, conhecido como Champignon, foi encontrado morto em seu apartamento, na região do Morumbi, na zona oeste de São Paulo (SP), na madrugada da última segunda-feira (9), com um tiro de pistola 380 na cabeça. A polícia trabalhava com a hipótese de suicídio, o que foi confirmado rapidamente.

Uma arma foi encontrada na mão do músico. Ele estava em casa com Cláudia Campos, sua mulher, que está grávida e deixou o local em estado de choque. Ela chegou a ser atendida em um hospital e passou parte do dia sedada.

Na noite anterior, ele e a mulher foram jantar com um casal de amigos. De acordo com o corretor de imóveis Alexandre Denaion, vizinho do músico, ele aparentava estar bem e havia consumido "apenas dois saquês".

Alexandre Denaion relatou que, por volta da 0h05 da segunda-feira, ouviu um "barulho seco" de um tiro e a voz de Cláudia desesperada repetindo: "amor, você não fez isso". Ele conta que entrou no quarto onde Champignon guardava instrumentos, e viu a arma - uma pistola calibre 380 - na mão do músico, além de muito sangue.

O caso acontece cerca de seis meses depois da morte de Alexandre Magno Abrão, o Chorão, amigo de infância e parceiro com quem Champignon teve desentendimentos na banda Charlie Brown Jr. Atualmente, se dedicava à banda A Banca.