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Encontro de blocos independentes anima Rio neste sábado

Diversas agremiações se reuniram no Parque do Flamengo em um ensaio coletivo

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Sol, samba, batuque, fantasias, alvoroço e muitas pessoas na rua. Já é Carnaval? Ainda não, mas é nesse clima de euforia pré-carnavalesca em que o Rio de Janeiro se encontra, com os ensaios dos blocos, se preparando para a festa de Rei Momo. Foi nessa animação que, na tarde deste sábado (19), aconteceu no Parque do Flamengo um ensaio coletivo com diversas agremiações, com um propósito diferente: uma reunião de diversão e divulgação de trabalhos. 

“Tudo começou como um ensaio em conjunto dos blocos Enxota Que Eu Vou e do Block´n Roll. E aí tivemos a ideia de chamar outras agremiações parceiras, nas quais temos amigos que nos ajudam e a quem ajudamos com divulgação, apoio nas baterias, entre outras coisas”, conta Léo Madeira, organizador de evento e presidente do bloco Enxota Que Eu Vou.

Segundo ele, há blocos comerciais, grandes e os livres, independentes. “Os que estão aqui hoje não têm ligação com nenhuma entidade. E alguns tradicionais e históricos, como o Bafo da Onça, têm dificuldade de divulgar suas apresentações”, desabafou Madeira. 

Marcaram presença no evento quase 20 blocos, entre eles os tradicionais Embaixadores da Folia e Bafo da Onça. Muitos deles enviaram apenas alguns integrantes, mas mesmo assim fizeram questão de comparecer. 

“O objetivo desse encontro é dar espaço para que todos possam mostrar seu trabalho, fortalecendo a proposta e gerando exposição dos envolvidos”, acrescenta Madeira, que apostou em um público de 500 pessoas no local. O evento começou de forma tímida, porém com chances de se tornar bem maior, pela causa que defende. Apesar do grande número de foliões, a reportagem do JB não percebeu a presença da PM ou da Guarda Municipal. 

Público agitado aproveitou como pôde o evento

12 pessoas, todos fantasiados de saia vermelha, meias até o joelho e uma blusa branca com as inicias NMSB sambavam animados. “A sigla da nossa roupa que dizer Não me sinto bem, uma brincadeira que a gente criou. Criamos o uniforme no ano passado. Em cada evento, a gente se veste diferente. Semana que vem vamos de Gato de Botas”, conta João Gama, um dos integrantes do grupo, que como alguns dos blocos que estavam ali, começaram com um lazer entre amigos. 

>>Samba é a pedida para este sábado no Rio

Thaize Santos, que o acompanhava, achou ótimo o encontro. “É mais animado juntar todo mundo em um lugar e não várias agremiações ao longo da cidade”, afirma. Esthela Pinheiro, membro do Se Cair Eu Como achou a iniciativa muito boa. "Podemos interagir com pessoas de outros grupos e nos divertir também", explica.

Músicas descontraídas, com letras de duplo sentido, bem características da folia de Momo animavam e divertiam os foliões vestidos com fantasias, mesmo embaixo de Sol. As guitarras e baixos do Block ´n´Roll tocavam clássicos dos Beatles, Queen e Rolling Stones, com o público cantando em inglês, ou pelo menos tentando. Tudo sem muitas regras, sem violência, só com alegria e animação. Tudo bem no clima do Carnaval carioca.

"Aproveitar o espaço do Parque do Flamengo é uma tendência natural. É um lugar público, aqui a gente não incomoda ninguém", comenta Léo Madeira, que ainda disse em alto e bom som no microfone a todos os presentes: "O Carnaval de rua é livre, democrático, é para todos, é feito pelo público".

*Do Projeto de Estágio do Jornal do Brasil